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Coletivo Sinestesia na luta por arte e cultura em Guarapari
Por Hamilton Garcia
Publicado em 10 de março de 2016 às 22:11
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Foi da necessidade de fomentar espaços inexistentes em Guarapari, que lá no final de 2013 um grupo de artistas e profissionais interessados em movimentar a cena cultural da cidade deram os primeiros passos para o que hoje se tornou o Sinestesia – Criatividade Coletiva. Em seus quase três anos de história, o coletivo traz na bagagem a realização de diversas ações culturais e abre espaço para quem deseja se envolver com a questão, e transformar a Cidade Saúde em palco para seus artistas.
Sem apoio de políticas públicas, todo o trabalho realizado pelo coletivo é voluntário e colaborativo. Professores, funcionários públicos, fotógrafos, publicitários, se dividem entre a rotina da vida profissional e a articulação do Sinestesia. Sempre em parceria com outros grupos, como o Projeto Fênix e a Trupe Maratimba, eles estiveram por trás da organização do Festival Gratidão, Skate Day, Conferênica Municipal de Juventude e, recentemente, o Sarau Ruínas.
A construção de uma cena cultural alternativa, que se opõe ao caráter mercadológico de lazer e entretenimento presentes na cidade é, sem dúvidas, um trabalho de militância. Mas a atuação do Sinestesia não se resume a isso, ela vai ainda mais longe. “Sempre destaco que o coletivo vai além da militância cultural, um dos nossos principais objetivos é criar uma rede de contatos para que os profissionais envolvidos com arte e cultura encontrem trabalho em suas áreas”, conta Bruno de Deus, servidor público e membro do coletivo.
A comprovação de que eles estão conseguindo fazer a diferença não demorou em vir. O fotógrafo Iury Gouvêa que o diga. Ele teve uma guinada na carreira profissional e muito disso se deve à sua relação com o Sinestesia. “Sempre tive interesse por fotografia e foi a partir dos contatos que fiz no coletivo que fui me aproximando mais da área”, relata o rapaz que deixou o emprego de auxiliar técnico em meio ambiente para se dedicar profissionalmente à fotografia.
Sarau Ruínas terá nova edição
Em todos as ações realizadas pelo coletivo, dentre suas muitas motivações e causas, uma característica prevalece: a proposta de interação e ocupação dos espaços públicos da cidade. Foi dessa ideia que surgiu a inspiração para o Sarau Ruínas, idealizado pelo professor de sociologia do Ifes, Fael Lobo, e realizado em fevereiro nas ruínas da Igreja Matriz, parte alta do Centro.
“Passando pelo local pensei que aquele lugar cheio de história poderia ser usado de alguma maneira para promover cultura. Levei isso até os amigos do Sinestesia e construímos juntos o Sarau”, conta Fael. E o sucesso foi tanto, que eles já estão planejando uma próxima edição. Em maio, o Sarau Ruínas acontecerá novamente, com muito mais música, poesia, teatro e arte.
Mais do que comparecer, o Sinestesia convida a comunidade a construir o evento e o próprio coletivo. “Estamos sempre abertos à participação de quem quiser construir com a gente esses espaços. Aliás, essa é uma necessidade do coletivo: gente nova para contribuir, compartilhar e batalhar na transformação da nossa cidade”, enfatiza Bruno.
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