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Corte de árvores ainda é um problema na cidade
Por Gabriely Santana
Publicado em 19 de abril de 2016 às 19:26
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De todos os barulhos urbanos, o que tem mais incomodado é a do machado batendo nas árvores. Mesmo que esteja sendo usada “apenas” para podar galhos, na prática, é um problema eminente que tem surtido efeitos desastrosos em Guarapari. Atualmente, até galhos de árvores nos incomodam porque podem escurecer ruas e uma série de outros pequenos incômodos que a população tem dificuldade de conviver. E infelizmente o que sobram são troncos de árvores que um dia contaram história.
No mês de maio o Folha da Cidade relatou a indignação contra um possível corte de duas castanheiras, localizadas na esquina da Av. Copacabana com a rua Mônaco, na Praia do Morro. E as explicações foram as piores: ora a retirada aconteceria para respeitar pedidos de moradores da área, já que os frutos que caem amassam carros e/ou põem em risco a vida de pessoas, ora porque ela própria já estava corroída por bichos. Mas a explicação mais frequente é que o local virou alvo de moradores de rua e tráfico de drogas.
Com a mobilização popular e da Associação de Moradores da Praia do Morro (AMPM), a prefeitura realizou apenas uma limpeza do espaço e a poda das árvores. Segundo a Presidente da AMPM, Fátima Fônseca, a associação realizou um mapeamento de todos os lotes que não estão cercados e levou este estudo para a Prefeitura, a fim de proteger as árvores que estão cada vez mais escassas no bairro. Mas isso não foi o suficiente para quem estava incomodado.
“Vinte dias depois da poda que a Prefeitura realizou, um morador insatisfeito cortou a árvore. Nós da Associação de Moradores repudiamos tal atitude e estamos acompanhando de perto e cobrando da prefeitura para que haja uma fiscalização maior”, disse Fátima.
Outra situação, entre muitas em Guarapari flagrada pelos nossos leitores, foi o corte de duas árvores na Av. Jones dos Santos Neves, em Muquiçaba. É importante dizer aqui que o município tem problemas sérios de enchente. Basta cair uma chuva um pouco mais forte que os moradores não conseguem chegar a suas casas, os carros estacionados viram piscinas, não há chance de transitar.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente esclarece que não emitiu nenhuma autorização para poda ou supressão das árvores citadas. Assim, é importante que haja denúncia dos infratores que realizaram o corte para adoção de medidas punitivas. De acordo com o órgão o procedimento de poda ou supressão é realizado mediante a solicitação do contribuinte, no protocolo municipal da Prefeitura, mas semente depois da análise de alguns critérios como: apresentação de risco eminente, dificulta o livre trânsito de pedestres e cadeirantes no passeio. Já em ocorrências próximas à rede elétrica se faz necessário informar à EDP-ESCELSA para intervenção da empresa. Situações de emergência de queda e risco à vida devem ser solicitadas à 1ª Cia do Corpo de Bombeiros, telefone 193.
Para o professor e ambientalista Carlos Fraga a situação é bem pior do que se imagina. “Talvez seja desnecessário lembrar que árvores drenam a água da chuva, amenizam o calor, melhoram a qualidade de nossas vidas nas cidades. Quanto mais cimento e menos árvores, mais problemas de drenagem. Mais enchentes. É assim, todos sabemos. Mas parece mais confortável esquecer isso e abrir passagem para o crescimento desordenado que nos condena a viver cercados de concreto e asfalto”.
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