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Editorial 127: Dois problemas, a mesma solução

Por Livia Rangel

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 14:03

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Ações de conscientização, mutirões de limpeza, distribuição de sacolas, instalação de mais lixeiras e até contêineres para o descarte do coco. Todas essas ações nas praias não foram capazes de evitar que o lixo invadisse nossos principais cartões postais a cada final de tarde.

Diante desse cenário vem uma pergunta à cabeça: O que falta para se ter uma praia mais limpa na alta temporada: um reforço maior por parte da prefeitura ou mais educação por parte dos frequentadores? Na verdade, a solução seria uma ação em conjunto onde cada um fizesse a sua parte como a velha e sábia história das formiguinhas.

Segundo a Prefeitura de Guarpari, houve um reforço na limpeza das praias no verão: mais 165 funcionários foram contratados para cuidar exclusivamente das areias das orlas com maior movimentação na alta temporada. Também foram instaladas mais 450 lixeiras nas orlas de Meaípe a Setiba. Só na Praia do Morro foram 100 novas lixeiras além de 21 containeres de plástico rígido para o descarte exclusivo do coco que ficam entre um quiosque e outro.

Nas ruas, a situação não é diferente. Lixeiras entupidas, sacolas pelas calçadas e até invadindo o asfalto. Isso é o resultado do aumento na produção do lixo na alta temporada em mais de 122%, segundo dados do Setor de Limpeza Urbana da Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano de Guarapari (Codeg).

Comparando o mês de agosto com dezembro – quando começa a movimentação de turistas na cidade – o aumento gera em torno de 38,1%. Em agosto foram coletadas 2.377 toneladas, uma média de 79 toneladas por dia. Em dezembro já é possível perceber um aumento: foram 3.283 toneladas de lixo coletadas, cerca de 183 toneladas por dia.

Em janeiro é quando a situação fica mais crítica. Só nos 10 primeiros dias de 2015 foram coletadas 1.762 toneladas de lixo.

E se por um lado, houve excesso de lixo, faltou água neste começo de ano, de um jeito que há muito tempo não se via. A falta de chuvas e a intensa evaporação da água devido às altas temperaturas fizeram com que os níveis dos principais rios baixassem consideravelmente. Com isso, a produção de água pela Cesan diminui de uma média de 700 litros de água por segundo em dezembro para 540 litros de água no mesmo intervalo de tempo. E se não chover logo, no Carnaval, a situação deve ser caótica novamente.

O grande desafio da humanidade hoje não é produzir cada vez mais e melhor: é promover o desenvolvimento sustentável de forma rápida e eficiente.

A conclusão que se chega ao observar os dois quadros, lixo e carência de água, é que o que falta mesmo é altruísmo, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Para nós, se ao abrirmos a torneira e a água surge, pouco importa se o vizinho da rua à frente precisa fazer racionamento porque os seus reservatórios estão vazios. E se nos divertimos na praia, pode deixar tudo sujo mesmo, porque assim “garante o emprego do gari”. Não interessa se alguém pode se ferir ao pisar em um caco de vidro ou palito de churrasco. Azar o dele.

O grande desafio da humanidade hoje não é produzir cada vez mais e melhor: é promover o desenvolvimento sustentável de forma rápida e eficiente.

Este é o paradoxo: sabemos que o tempo está se esgotando, mas não agimos para mudar completamente as coisas antes que seja demasiado tarde. Diz-se que uma rã posta na água fervente saltará rapidamente para fora, mas se a água for aquecida gradualmente, ela não se dará conta do aumento da temperatura e tranquilamente se deixará ferver até morrer.

Situação semelhante pode estar ocorrendo conosco em relação à gradual destruição do ambiente natural. Hoje, grande parte da sociedade se posiciona como mero espectador dos fatos, esquecendo-se de que somos todos responsáveis pelo futuro que estamos modelando. Devemos exercer a cidadania planetária, e rapidamente.

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