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Editorial edição 129: À espera de um milagre

Por Livia Rangel

Publicado em 7 de abril de 2015 às 12:14

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Quase R$ 60 milhões em obras estaduais estão paralisados em Guarapari. Três projetos em áreas estratégicas que não têm prazo para serem retomados, quem dirá concluídos. Uma herança do governo anterior que parece não ser desejada pelo atual Chefe do Palácio Anchieta, Paulo Hartung.

Na mobilidade urbana, aguardamos o restante das obras de reabilitação da Rodovia do Sol, no trecho Setiba até o trevo da Rodovia Jones dos Santos Neves. Um investimento orçado em R$ 11 milhões. E se as obras pararam, o mesmo não se pode dizer dos acidentes registrados no local. Desde que a obra começou, já são foram 10, com cinco mortes.

No segmento turístico, uma obra que prometia revolucionar o filão náutico, com a revitalização do Canal do Centro está como um barco à deriva. A única fase entregue do projeto de R$ 40 milhões foi a praça Trajano Lino Gonçalves, ainda timidamente usada para poucos eventos realizados pela Prefeitura. Nada que se compare aos tempos passados da Feira Hippie, que agora funciona em espaço improvisado em frente ao Radium Hotel.

Já na Educação, a obra mais demorada. A conclusão do novo prédio da Escola Dr. Silva Mello, o Polivalente, previsto em R$ 8,5 milhões. São mais de quatro anos de espera. Enquanto isso, os alunos precisam se virar em espaços improvisados e, literalmente, caindo aos pedaços por falta de manutenção. Infiltrações, paredes rachadas, pisos cheios de ferrugem, carteiras empilhadas, janelas quebradas, tetos cheios de buraco e fiações expostas são o cenário do ambiente de estudo de mais de mil jovens e adolescentes.

Neste cenário, onde estão os representantes políticos de Guarapari? Temos um deputado estadual eleito pela cidade. Quantas vezes ele subiu na tribuna para pedir a retomada dos investimentos ou solicitou agenda com o governador, secretários estaduais ou até em Brasília para pedir explicações? Não é esse também o seu papel?

Mas precisamos ressaltar que a “paradeira” não se restringe a Guarapari. Vale lembrar que o Demonstrativo do Resultado Primário do governo do Estado, publicado no final de março no Diário Oficial do Estado, desconstrói o discurso do caos propagado por Hartung (PMDB) desde a campanha eleitoral ano passado.

O documento deixa claro onde o corte é mais profundo: nos investimentos. O resultado é que empresas, principalmente empreiteiras, estão quebrando. Sem capital de giro, o desemprego bate à porta dos capixabas.

Vamos aos números: o superávit primário registrado nos dois primeiros meses de 2015 é de R$ 630,48 milhões. Mas, apesar do caixa positivo, PH investiu 34 vezes menos que o seu antecessor, Renato Casagrande (PSB). Foram R$ 151,06 milhões em janeiro e fevereiro do ano passado, contra os R$ 4,43 atuais — uma diferença de mais de R$ 146 milhões.

O mesmo demonstrativo mostra que a queda de arrecadação entre 2015 e 2014 foi de 0,6%. O total arrecadado pelo governo do PSB foi de R$ 2.304,37 bilhões, já o atual apurou R$ 2.289,72 bilhões. Uma redução de pouco mais de R$ 14 milhões em comparação ao mesmo período ano passado, uma diferença até dentro do aceitável, já que o governo anterior concluiu o orçamento em setembro de 2014, quando a crise nacional não era uma realidade.

Fica a pergunta: Qual o interesse neste cenário? Agora é possível ver que as finanças herdadas de Casagrande não estavam desorganizadas, como alegou Hartung, tampouco a saúde financeira do Estado justifica a estagnação abrupta dos investimentos do atual governo. Estamos, sim, à espera de um milagre. Ou pelo menos do fim da preguiça política.

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