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Marinalva: a escola de onde os alunos não querem sair

Por Gabriely Santana

Publicado em 3 de dezembro de 2016 às 16:29

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Escola Marinalva leva ensino integral para alunos do bairro Santa Mônica

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Professores ensinam os alunos com métodos alternativos. Foto: Glenda Machado

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Aluna explica seu projeto de energia solar usando garrafas pet. Foto: Glenda Machado

Do alto do pátio da EMEF Marinalva Aragão Amorim dá para ver, olhando para baixo, o mar. Para cima, surge a comunidade de Santa Mônica – uma das maiores de Guarapari, com quase 10 mil habitantes. A escola, onde estudam 240 adolescentes, é a primeira em tempo integral do município, cujo objetivo é testar metodologias de ensino inovadoras. Aqui, desaparecem as turmas tradicionais, surgem os times, que reúnem as ideias de forma dinâmica, mas sem esquecer as regras. Munidos de livros e de um ambiente colorido e totalmente propício ao lúdico, os estudantes experimentam uma nova forma de aprendizagem, com oficinas e mostras que entregam resultados surpreendentes. Tudo isso sob a monitoria de professores de diferentes disciplinas.

Segundo a diretora, Alessandra Correa, a adesão ao Programa Integral, foi o passo inicial para que a escola atingisse níveis de desempenho e proficiência adequados. Ela revela que o programa proporcionou um aumento crescente na assiduidade dos alunos, em sua autoestima, e maior motivação e integração entre eles, o que oportunizou o desenvolvimento de novas habilidades, bem como maior tempo de permanência na escola, respeito às normas e regras frente aos colegas e ao corpo de servidores da escola.

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Meninos criam uma bicicleta que transforma energia mecânica em elétrica. Foto: Glenda Machado

“Ocorreu também uma grande melhora na construção do conhecimento, devido aos materiais pedagógicos mais atrativos e programações lúdicas recreativas inovadoras, o que ampliou a participação dos estudantes e pais nas ações propostas pela escola”, comentou Alessandra.

A diretora afirmou que aconteceram também diversas melhorias em suas dependências, como a reforma e a ampliação do prédio escolar, assim como a instalação de laboratório de informática, de artes e até de robótica. “A Educação Integral possibilitou que a instituição saísse da condição de escola estratégica e passasse a ser reconhecida pelo seu trabalho pedagógico diferenciado”, frisou.

Laboratórios com estímulo

Nos projetos especiais, os alunos trabalham com várias disciplinas ao mesmo tempo. Foi assim ao longo da penúltima semana de novembro, por exemplo, quando eles apresentaram a Mostra Tecnológica que tinha o objetivo de falar sobre ciência, tecnologia e sustentabilidade.

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Através das colagens alunos entendem questões como a consciência negra. Foto: Glenda Machado

Dentre os projetos mais inovadores, os alunos da professora de Educação Física, Monick Fernandes Moraes, desenvolveram um bicicleta que transforma energia mecânica em energia elétrica. “Como sou professora de educação física, incentivei os alunos a procurarem algo que mesclasse a atividade física e a sustentabilidade”, disse.

Para o aluno João Matheus, do 8º ano, essa foi uma oportunidade de mostrar que é possível estudar fazendo o que gosta. “A gente aprende muito. No começo todo mundo achava que estudar em tempo integral era chato, mas temos muitas coisas diferentes, esse nosso projeto com certeza pode ajudar muitas pessoas futuramente”, disse João com brilho nos olhos.

O professor Wallace Mariano também entrou nessa onda e criou o projeto “do lixo ao luxo” incentivando os alunos a reaproveitarem materiais recicláveis. “Hoje a palavra do momento é preservar, então tudo que descartamos podemos reaproveitar. Os alunos podem até usar isso de uma forma empreendedora”. A aluna Roseni Silva Teles criou um sistema muito interessante de iluminação com garrafas pet. “A gente gasta muita energia e esse projeto poderia ser feito em qualquer lugar, sem custo e melhor preservando o meio ambiente”, completou.

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usando materiais recicláveis os alunos levam cor e vida para a escola. Foto: Glenda Machado

Foi assim também que eles estudaram a semana da Consciência Negra, construindo cartazes com colagens e frases que empoderam. “Meu cabelo não pediu a sua opinião” e “tire o seu racismo do caminho que eu quero passar com a minha cor”, foram algumas. A professora Brisa Marina de Freitas, que também tem cabelo cacheado, foi quem incentivou este trabalho. “Na escola a gente vê muita gente que não se aceita por causa da cor e do cabelo”. Já para Gabriele Conceição, 12, as colagens dizem muita coisa. “Os negros infelizmente são rejeitados, nós somos iguais e não tem nenhuma diferença entre nós”.

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