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150 crianças e um desejo: jogar basquete!
Por Glenda Machado
Publicado em 24 de abril de 2015 às 20:09
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Atletas querem participar de torneios, mas falta envolvimento da sociedade e do governo
Cento e cinquenta crianças de 8 a 14 anos e um único desejo: jogar basquete. Disposição para o treino não falta, disciplina é a palavra de ordem do treinador e talento tem de sobra. Então, o que falta para esses pequenos grandes atletas brilharem nos campeonatos estaduais? Mais envolvimento da sociedade civil e apoio do poder público.
A Escola de Basquete tem feito a diferença na vida dessas crianças há dois anos no Ginásio Municipal, no Polivalente. Apesar do pouco tempo, os atletas treinam bastante para disputar em igualdade com times de fora. Já chegou até convite para jogar no campeonato estadual, mas o projeto não tinha como arcar com as despesas.
“Nós temos vontade e capacidade, mas precisamos de patrocinadores. O projeto tem cunho social, mas nasceu com o objetivo de rendimento escolar, ele precisa se manter, participar de campeonatos, fomentar o esporte, representar a nossa cidade”, conta o idealizador da escola e professor Alessandro Siqueira Cabanas.
A prefeitura disponibiliza o espaço para os treinos e festivais. Mas as necessidades vão muito além: uniformes, material esportivo, fora a mão de obra que no caso é por meio do trabalho voluntário de Alessandro. Ele sozinho comanda crianças e adolescentes no ginásio toda terça e quinta-feira das 8h às 12h. “Se alguém se interessar em ser voluntário, basta nos procurar no ginásio. Nosso trabalho é formar cidadão. Então, toda parceria é bem vinda”.
Mesmo diante da dificuldade em participar de campeonatos ou até mesmo sediar um evento deste porte, o professor promove festivais cujo propósito é interagir os alunos com times de outras cidades. “Não tem um ganhador, no final todos recebem uma medalha pela participação. Nos festivais, o foco é aprender com o colega”, explica Alessandro.
O último aconteceu no dia 11 de abril no Ginásio Municipal. Cerca de 250 crianças participaram do evento de quatro escolas diferentes: Marista de Vila Velha, Up de Vitória, Cristo Rei de Cachoeiro e Máxime Centro Educacional de Guarapari – onde funciona o outro núcleo da Escola de Basquete. Foram 24 jogos e três categorias: sub 10, sub 12 e sub 14.
“Eu gosto muito, já participo há quatro meses. Entrei porque o meu pai gosta de basquete e me incentivou a treinar”, conta a atleta Sáfia Oliveira Nascimento, 9, do Maxime. Já Gabriel Meireles, 11, que estuda na escola municipal Ignes Massad Cola, foi incentivado ao ver um filme que citava o astro do basquete Michael Jordan. “Acho o basquete muito legal e também é uma forma da gente fazer exercício”, disse.
E não faltam garra nem capacidade técnica nessa galera. Três alunos do projeto foram convocados para a pré-seleção do time capixaba. “Dos 30 convocados, um atleta nosso ainda continua entre os 18. Destes, apenas 12 formarão a equipe. Por enquanto, o nosso atleta continua participando dos treinos”, conta orgulhoso o treinador. Afinal, são 16 anos trabalhando com basquete, dos quais oito foi como integrante da comissão técnica da seleção capixaba de basquete.
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