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35 bebês nasceram com sífilis este ano em Guarapari
Por Livia Rangel
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 16:53
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O Brasil vive uma epidemia de sífilis. A afirmação foi feita pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, no final de outubro, e traz uma grande preocupação. Apesar de ser conhecida como uma doença sexualmente transmissível (DST), é cada vez maior o número de bebês que nascem com sífilis do tipo congênita (de gestante para o feto).
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A doença acontece quando a mãe não faz o tratamento adequado, que é gratuito pelo sistema público e relativamente simples. “Só que requer disciplina, pois consiste em injeções semanais de penicilina, administradas sempre no mesmo dia da semana”, explica a técnica responsável pelo Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids de Guarapari, Fábia Roberta Tavares. E ao que tudo indica, as gestantes infectadas no município estão deixando esse ponto a desejar.
Este ano, até o dia 10 de novembro, foram diagnosticadas 42 gestantes com sífilis e 35 bebês com sífilis adquirida – uma taxa de infecção de 84%. “Em números absolutos, podemos dizer que apenas sete gestantes conseguiram evitar que seus filhos nascessem com a doença. É um número muito baixo”, lamenta.
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[box style=”1″] Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7% no Brasil, a sífilis em gestantes 20,9% e congênita, de 19%. A taxa atual de infecção entre adultos é de 42,7 casos a cada 100 mil habitantes. [/box]
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Fábia reforça que, tão importante quanto as mães realizarem o tratamento, é que os seus parceiros sigam a mesma rotina.
“De nada adianta a mulher gestante tomar os medicamentos e o homem não, pois a bactéria continua transitando no organismo em caso de relações sexuais sem preservativo. Provavelmente, esse é um dos motivos para o grande número de bebês infectados. Ainda existe um preconceito muito grande com relação ao tratamento, principalmente do ponto de vista masculino”.
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NÚMEROS DA SÍFILIS EM GUARAPARI
Casos diagnosticados de 1º de janeiro a 10 de novembro de 2016
Sífilis adquirida (adultos): 151
Gestantes: 42
Congênita: 35
Fonte: CTA Guarapari
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Diagnóstico. A sífilis causa lesões nos órgãos sexuais, chamadas cancro, que causam muita dor. Só que muitas vezes, os sintomas não são visíveis. A gestante infectada pode sofrer um aborto espontâneo ou nascimento prematuro. Em outros casos, a criança pode nascer com má formação cerebral, surdez, má formação óssea e lábio leporino.
“Logo ao nascer, o bebê é submetido a um exame para diagnosticar a sífilis. Isso é um padrão imposto pelo Ministério da Saúde a todos os recém-nascidos. Se for positivo, ele ficará internado no hospital por um prazo de 7 a 10 dias, quando ele receberá doses de penicilina via intravenosa para ‘matar’ as bactérias de forma definitiva”, complementa a técnica do CTA.
Em caso de suspeita, a detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos, disponíveis em todas as Unidades de Saúde de Guarapari. Basta a pessoa interessada ir até o local e solicitar o exame. Para as gestantes, a indicação da realização dos testes rápidos é feita já na primeira consulta do pré-natal, daí a importância da conscientização de mães e seus parceiros, para iniciar o acompanhamento médico ainda no primeiro trimestre da gravidez.
Campanha. Neste ano, a campanha nacional de combate à sífilis do Ministério da Saúde tem justamente como foco as gestantes jovens e seus parceiros, sensibilizando-os para a realização do teste de sífilis no início da gestação e, também incentivando o parceiro a fazer o exame, evitando a reinfeção.
A campanha inclui um minidocumentário – Gestação Segura, Criança Saudável, que você pode assistir abaixo.
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