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Aos 88 anos, aposentado confecciona redes de pesca em Guarapari
Por Larissa Castro
Publicado em 2 de novembro de 2020 às 12:00
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Chegar a fase da “melhor idade”, com saúde e disposição para fazer atividades do cotidiano, além de algum hobby, é o desejo de muita gente. Em Guarapari, aos 88 anos, o “seu” César, como é carinhosamente chamado, aproveita a fase para confeccionar redes de pesca e admirar a Praia de Guaibura enquanto realiza o trabalho.
César Pinto de Jesus chegou a Guarapari aos 4 anos de idade. Filho de pescador, ele cresceu seguindo a profissão do pai, e atualmente, para fortalecer a prática, contribui com a confecção de redes e tarrafas, que são vendidas aos pescadores. “Comecei a acompanhar meu pai na pesca aos seis anos de idade. Com 17, me oficializei na profissão e assim segui até os 40, quando me aposentei. Hoje a minha diversão é confeccionar as redes para quem pesca utilizar. Levo cerca de três meses para finalizar uma rede ou tarrafa de 110 braços. Faço este trabalho, pois fico sentado e não me canso”, conta o aposentado.
Com um pequeno comércio em frente a Praia de Guaibura, após idealizar e administrar por 52 anos o Restaurante do César, também na Enseada Azul, seu César passa a maior parte do tempo no local, mas antes da pandemia levava uma vida ativa e tinha o hábito de passear por Guarapari.
“Durante o dia fico no comércio produzindo as redes; a noite, levo para casa e também faço lá. É o que eu sei fazer, me sinto muito bem. O que me chateia é quando falta o nylon. Ultimamente não tenho ido ao Centro com tanta frequência de ônibus, mas se for para ir, eu vou e ando por tudo, resolvo minhas próprias coisas, mas sinto que não sou o mesmo de uns anos atrás”, detalha seu César.
Com uma trajetória repleta de histórias e experiências, avô de 12 netos, César diz que o mundo se transformou de 20 anos para cá. E com tanto conhecimento, ele deixa um recado aos mais jovens: “O conselho que eu tenho é para os jovens viverem numa boa, pararem de fumar, de beber e perder noite; eu já perdi muitas noites para me sentir vivo, mas hoje não faço mais isso. Isso não leva ninguém à frente”.
Seu César, que sempre teve companheiras, está sozinho no momento. Mas ele não descarta a possibilidade de uma nova paixão. “Ter uma companheira é bom para dividir as tarefas de trabalho e de casa, mas se aparecer alguma, tem que ser do meu jeito: não gostar de forró, de cerveja, ser mais caseira. Sempre tratei bem quem está comigo, quem me colocou no mundo foi uma mulher, então devo respeito a todas”, finaliza.
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