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Manifestação e oração pedem permanência de sino em igreja de Guarapari
Por Gislan Vitalino
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 10:53
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Na tarde desta quinta-feira (18) uma manifestação aconteceu no pátio da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Guarapari. Fiéis de diferentes denominações cristãs e apoiadores se reuniram para pedir que o toque do sino da igreja seja mantido. No último domingo (14), ao fim da missa, o padre Diego Carvalho, pároco da Igreja, desabafou sobre um processo que tramitava no Ministério Público alegando que os sons do sino estariam incomodando os moradores próximos à comunidade.
Na ocasião da manifestação, o padre Diego celebrou a presença dos manifestantes. “Eu fico muito feliz de ver a reação e o posicionamento dos meus irmãos pastores de igrejas evangélicas, pessoas de centros espíritas, de centros de candomblé, que abraçaram essa causa que não é do Padre. Nós vivemos numa sociedade plural, em que as pessoas têm o direito de não concordar, mas o que nós devemos e vamos fazer agora é rezar pela paz em nossos corações, em Guarapari e no mundo inteiro”, frisou o pároco.
Uma das pessoas que esteve a frente da organização da manifestação, Jucimar Batista frisou a importância do apoio à causa. “Nós estamos no esforço de passar um apoio à igreja, ao padre Diego e mostrar que eles não estão sozinhos. O sino é um instrumento que vem acompanhando a Igreja Católica desde sua fundação. A gente não pode aceitar isso”, frisou Jucimar.
Também presente, o pastor da 1ª Igreja Batista em Guarapari, Raphael Abdalla, também se manifestou contrário a qualquer impedimento ao soar dos sinos. “O sino, pelo menos aqui na Matriz, toca há tantos anos quanto existe esse santuário. Nós não podemos permitir isso. É uma questão de liberdade de crença e nós precisamos nos posicionar”, frisou o pastor.
Dentre os fiéis, o católico Alsir Monteiro também esteve na manifestação. “Sou o favor do diálogo. Se essa pessoa que fez essa denúncia viesse conversar, dialogar, não estaria acontecendo o que estamos vendo hoje”, destacou. “O sino chama o povo para uma reflexão, um momento de paz. Nos dias de hoje, que estamos tão agitados, nessa correria, isso é muito importante. Existe desde os primórdios, não é algo de agora”, contou o fiel.
Consultado pela redação do Folhaonline.es, o engenheiro ambiental e especialista em acústica Fábio Lúcio, diretor técnico da BHora Consultoria, explicou que os sinos de igrejas e templos religiosos são permitidos pela lei municipal, como rege o Art. 13 da lei 2.272/2003, que trata o tema. “Além disso, do ponto de vista técnico, para realizar uma avaliação de acordo com a norma brasileira (ABNT 10.151/2019), seria preciso medir o ruído considerando o tempo de emissão. O sino da igreja toca por 01 minuto, 5 vezes ao dia. Um total de 5 minutos de exposição diária. Este tempo é insuficiente para se determinar se o ruído produzido pelo sino pode causar qualquer dano à saúde ou desconforto aos moradores do entorno da igreja”, destacou.
À manifestação teve início às 17h30. Logo após, às 18h, o padre Diego Carvalho realizou um momento de Oração pela Paz, seguida da tradicional celebração da Santa Missa da Igreja Católica.
*Apuração de Laura Valentim.
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