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Empresa de Guarapari é interditada suspeita de vender carne imprópria para consumo

45 toneladas de subproduto animal foram apreendidos; Polícia investiga envolvimento de supermercados e açougues da Grande Vitória

Por Gislan Vitalino

Publicado em 7 de abril de 2022 às 17:30

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Polícia Civil Federal Ministério da Agricultura apreende carne imprópria para consumo humano podre irregular Guarapari porco
Imagens: divulgação/PCES.

A Polícia Civil, em parceria com o Ministério da Agricultura, realizou, nesta quinta-feira (07), a apreensão de toneladas de subproduto animal sob suspeita de fomentar comércio clandestino. A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), juntamente com equipes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e aconteceu na zona rural de Guarapari. As condições de armazenagem do material apreendido indicam a possibilidade de que o subproduto possa ter sido direcionado para consumo humano.

No local, foram apreendidas aproximadamente 45 toneladas de subproduto animal, incluindo ossos, sebo, miúdos usados para consumo humano e miúdos não usados para consumo humano como traqueia, glote, aorta, ligamento e vergalho (partes genitais), por estarem sem a devida autorização para comércio.

Segundo as informações divulgadas pela Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, a ação teve o objetivo de combater o comércio clandestino de produtos animais. As equipes foram direcionadas ao local após receberem denúncias de que abatedouros irregulares estariam vendendo subprodutos não usados no consumo humano para a fabricação clandestina de embutidos.

“O local, a princípio, não apresentava condições sanitárias devidas. Havia indícios da manipulação do material irregular, os ossos estavam armazenados de forma precária, com moscas e o subproduto estava congelada, o que reforça a hipótese que esse produto estava sendo recolhido para ser distribuído no mercado clandestino”, descreveu o delegado titular da Decon, Eduardo Passaman. Segundo o delegado, parte do material estava armazenado em caixas d’água, de forma inadequada.

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Polícia investiga envolvimento de supermercados e açougues da Grande Vitória

A polícia trabalha agora na investigação para identificar os estabelecimentos que forneciam o material para a empresa e para onde o material estava sendo destinado. “A preocupação inicial foi que, se existisse uma condição sanitária irregular, retirar isso de circulação para que isso não chegasse ao comércio. Agora, vamos prosseguir na investigação para levantar mais dados sobre a empresa, e identificar os estabelecimentos que estavam fornecendo esse material de forma irregular e para onde estava indo”, explicou Eduardo Passaman, que frisou o indício de que supermercados e açougues da Grande Vitória estariam fornecendo os subprodutos de forma irregular.

Material pode ter sido direcionado para consumo humano

A auditora fiscal federal Paula Matos explicou que o material foi encontrado com indícios de destinação irregular. “A forma como esse produto estava armazenado, congelado, ensacado, separado por tipo, gera para a gente um indício de que esse produto pudesse estar sendo direcionado para alimentação humana, até pelo custo dessa manutenção”, frisou a auditora.

Segundo ela, os riscos sanitários são muito altos. “O fato de o produto não ser mantido nas condições ideais traz tanto o risco microbiológico de doenças tóxico-alimentares, como também a questão da qualidade físico-química desse produto que, dependendo das condições desse processo, o produto pode estar deteriorando”, explicou Paula Matos.

A princípio os acusados serão investigados por fornecimento e comércio de produto irregular, exercício ilegal da atividade econômica e exercício de atividade econômica sem licença ambiental devida.

O local foi interditado por não ter autorização de funcionamento pelo Mapa, bem como por não existirem elementos que possibilitassem lastrear a origem dos produtos. Os proprietários prestaram declaração, e os fornecedores e compradores desses produtos também serão investigados, uma vez que existem suspeitas de que vários desses produtos podem estar sendo desviados e vendidos sem nota para fomentar o comércio clandestino.

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