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Em Guarapari, presidenta estadual do PT anuncia pré-candidatura a Deputada Federal
Confira a entrevista de Jackeline Rocha (PT-ES) ao Folhaonline.es
Por Gislan Vitalino
Publicado em 22 de abril de 2022 às 10:51
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A agenda do feriado nacional do Dia de Tiradentes, nesta quinta-feira (21), não foi de descanso para todos. Em visita ao município, a Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Espírito Santo, Jackeline Rocha, participou de agendas políticas, partidárias e cedeu entrevistas aos veículos da mídia local.
Em entrevista ao Folhaonline.es, a presidente falou sobre as discussões relacionadas à posição do partido na disputa ao Governo do Estado e as tarefas do PT para 2022. Jackeline informou também que disponibilizará seu nome ao partido para disputar vaga na Câmara dos Deputados Federais, nas eleições de 2022.
Jackeline Rocha (PT)
Natural de Colatina, Jackeline Rocha já ocupou o terceiro lugar na disputa pelo Governo do Estado em 2018, concorreu no segundo turno da eleição de 2020 como vice-prefeita de Vitória e percorreu caminho em organizações de juventudes, no movimento sindical, movimento negro e na luta pelos direitos das mulheres capixabas.
Hoje com 38 anos, Jackeline também traz na bagagem o período em que ocupou a gerência de economia solidária e microcrédito do Governo do Estado, durante a gestão de Paulo Hartung, e é membro fundadora do Conselho Estadual da Juventude.
Confira abaixo, a entrevista de Jackeline Rocha (PT) ao Folhaonline.es:
Folhaonline.es: Jackeline, o Espírito Santo tem acompanhado recentemente uma discussão em torno da possibilidade de uma união entre Partido dos Trabalhadores e o Partido Socialista Brasileiro para a disputa das eleições ao Governo do Estado. Atualmente, como se encontra essa discussão?
Jackeline: Eu vejo com muito respeito e responsabilidade. O PT e o PSB têm uma aliança nacional formada na chapa Lula e Alckmin, que é a que realmente pode voltar a trazer desenvolvimento, esperança para o país e a perspectiva de voltar a acreditar na política como uma ferramenta de transformação. Aqui no ES, a conjuntura regional nos coloca em posições opostas, não por conta das circunstâncias nacionais, mas principalmente porque, dentro da conjuntura local, o PT tem críticas pontuais ao governo de Renato Casagrande, de forma até construtiva.
Nos último 20 anos, o PT deu uma grande contribuição para o desenvolvimento do Estado, governando grandes cidades, sendo parceiro nos momentos certos para manter o equilíbrio das forças, seja na gestão com o MDB liderando ou com o PSB liderando. Mas desde 2014, a gente vem lançando candidaturas próprias, porque entendemos que houve uma tentativa de esvaziamento e isolamento do PT. A relação ficou distante, mas a gente respeita o Governo porque, maior que essas questões hoje, é a necessidade de derrotar a ultradireita e o segmento que deu a vitória ao atual presidente da República.
PT e PSB hoje se respeitam. Sabemos que o PSB fará a campanha para Lula e Alckmin, estivemos juntos em diversos movimentos, mas isso partidariamente, não enquanto ação de governo.
Folhaonline.es: O senador Fabiano Contarato, recém-chegado ao PT, tem aparecido em pesquisas como segundo colocado na disputa ao Governo do Estado. Como o nome de Contarato se insere nesse debate? É uma candidatura já definida?
Jackeline: O senador Fabiano Contarato veio para o PT numa postura não de garantia a qualquer custo da sua candidatura ao governo, mas esse é um desejo da militância, da direção do partido, e da direção, que também quer um palanque real para o Lula. Não queremos um palanque tímido, não queremos algo em que a gente precise tirar a estrela do peito por uma frente tão ampla com a qual a gente não se identifique.
O tempo do PT não é o tempo do PSB. O governador fará as opções dele e nós faremos a nossa, de ser coerentes com nossa história e nosso objetivo de manter a candidatura em 2022.
Folhaonline.es: E quais são as principais tarefas do PT em 2022?
Jackeline: Derrotar o autoritarismo e esse sentimento de antipolítica, de criminalização da pobreza, que é promovido principalmente pelo atual presidente e seus seguidores. E essa é uma tarefa que não é só do PT, mas de todas as pessoas que, enquanto cidadãs, acreditam na política como ferramenta de transformação. Aqueles que propagam ódio, quando assumiram a política, usaram esses espaços para reproduzir a violência e tirar as perspectivas daqueles que acreditam que a gente pode ser mais coletivo e ter um país diferente.
Nossa maior tarefa hoje é eleger a chapa Lula Alckmin e reconstruir o país para sair desse cenário de pobreza, de falta de perspectiva, falta de investimento e que tanto nos envergonha nacionalmente e internacionalmente, através da política do atual governo.
Folhaonline.es: Mas aseleições de 2022 também vão definir os cargos de Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e o Governo do Estado. Essas seriam tarefas secundárias?
Jackeline: Nesse sentido, eleger Lula é uma etapa. A etapa consequente dessa estratégia é trazer a estabilidade para que Lula e Alckmin possam governar. Isso significa que nossa tarefa é eleger uma bancada de deputados federais, reproduzir a ampliação do espaço da federação partidária nos estados, na Câmara, no Senado e na Assembleia Legislativa.
Eleger Lula e ocupar cada um desses espaços é o que vai garantir a estabilidade não só do governo de Lula e Alckmin, mas também a estabilidade democrática do nosso país.
Folhaonline.es: E como o seu nome se insere nesse projeto?
Jackeline: Nós vamos trabalhar muito para que Lula ganhe aqui no Espírito Santo, queremos eleger uma grande bancada de deputados estaduais, senadores e de deputados federais, em uma chapa a qual eu também estarei concorrendo como pré-candidata a deputada federal.
Folhaonline.es: O ES é um estado que tem uma tradição conservadora, vimos movimentos grandes de apoio ao Bolsonaro em diversos momentos e que parece ter comprado esse antipetismo que você citou. O que falta para o capixaba conhecer e entender do PT que quebraria essa imagem negativa do partido?
Jackeline: Se o capixaba olhar para o lado hoje, vai ver uma política pública positiva do PT. Eu costumo dizer, inclusive, que Lula foi um dos melhores governadores que o Estado já teve. Faço essa analogia porque as parcerias que foram feitas, por exemplo da liberação dos royalties do petróleo para tirar o Estado daquela crise fiscal.
Quando tínhamos dois Campus do Instituto Federal, passamos a ter 21. Quando olhamos o que fez o Ministério da Pesca, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, apoiando políticas importantes. Quando lembramos a redução do imposto sobre a linha branca, que possibilitou o acesso a uma geladeira, a um fogão, financiamento de veículos e até da casa própria. A ampliação do acesso à universidade pública ou privada.
Foi um governo que pensou na política pública para garantir o direito à Educação, à Saúde, ao Meio Ambiente. Hoje temos um país com uma rotina completamente dolarizada, quando já vivemos em um país no qual as pessoas não queriam sair daqui, queriam ficar para viver as oportunidades do Brasil. Isso foi uma revolução muito grande na vida da população brasileira e capixaba também.
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