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Polícia identifica seis golpistas que contrataram empréstimos fraudulentos em Guarapari
Investigação começou após prisão de uma mulher de Brasília em Guarapari, no mês de fevereiro
Por Gislan Vitalino
Publicado em 3 de junho de 2022 às 13:59
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A Polícia Civil identificou seis pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que utilizava de documentos fraudulentos para contratar empréstimos bancários consignados em nome de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS). O grupo teria aplicado golpe em, pelo menos, 18 pessoas.
As investigações tiveram início após a prisão em flagrante de uma mulher de Brasília que tentou realizar um saque de cerca de R$35 mil, utilizando documentos falsos em uma agência bancária de Guarapari. Segundo a Polícia Civil, a urgência e o esforço com que Taymara Pires Ribeiro buscou realizar o saque chamou a atenção dos bancários, que acionaram a Polícia.
As apurações levaram a Antônio Robson da Costa, servidor público e proprietário de um restaurante no qual Taymara estava residindo em Guarapari. “Nesse local nós encontramos uma impressora usada para a falsificação de documentos, 18 documentos com fotos da Taymara e outras pessoas e dossiês completos com todas as informações necessárias para a contratação de empréstimos consignados em nome de 18 pessoas, todas pensionistas do INSS e as fotos de três dos investigados”, explicou o delegado titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari. Com base nos documentos, a Polícia identificou o envolvimento de Uarison Oliveira Menezes com o grupo.
De acordo com as informações cedidas pela Polícia Civil as investigações apontavam que Taymara e Uarison teriam sido recrutados por Rosendo dos Santos (vulgo Neném), que também foi responsável pelo recrutamento de Juliana Teixeira de Melo, que já tinha aplicado golpes que resultaram em R$200 mil para o grupo em ocasiões anteriores.
E mesmo nos casos em que o grupo não conseguia contrair os empréstimos, as contas eram utilizadas para lavar o dinheiro dos golpes, dissimulando os criminosos envolvidos. “Essa quadrilha abre muitas contas falsas. Se eles não conseguem empréstimos nessas contas, eles usam para receber empréstimos das outras. Essa tática é muito valiosa para o crime organizado, porque serve para esconder a origem e o destino e a propriedade de um dinheiro ilegal”, explicou Dr. Guilherme.
Segundo a Polícia Civil, são apontados como integrantes da organização criminosa, Antônio Robson Santiago da Costa (vulgo Piti), Juacy Ribeiro da Silva, Juliana Teixeira de Melo, Rosendo dos Santos Fernandes (vulgo Nenem), Taymara Pires Ribeiro e Uarison Oliveira Menezes (vulgo Sandro).
Fragilidade em segurança de identificação facilitou ação do grupo
Segundo a Polícia Civil, o golpe se tornou possível devido ao fato de que os criminosos entenderam fragilidades de segurança no sistema de identificação. “Para a contratação de um empréstimo consignado, eles precisam de uma certidão do INSS que comprove que são pensionistas ou aposentados, fale qual a margem empréstimo que o interessado possui e um documento original com foto. Um banco, atualmente, não tem como saber se uma foto é falsa, essa é uma investigação difícil. Nos casos em que há QR-Code, essa segurança é maior, porque há uma agilidade maior de checagem da veracidade desse documento”, explicou Dr. Guilherme.
O delegado reforçou também que, dentre os bancos que foram vítimas do golpe, a colaboração da Caixa Econômica Federal com a investigação foi de suma importância. “A Caixa tem nos acompanhado, assumindo responsabilidades e estão dispostos a melhorar para evitar essa modalidade de golpes. Toda essa investigação só foi possível graças a disponibilidade da Caixa”, frisou o delegado.
Dentre as orientações de segurança que possibilitam uma maior segurança dos dados, o policial frisou que o uso de aplicativos de smartphone que permitem um maior controle dos dados e programas do Governo Federal. “O uso de aplicativos como o ‘Meu INSS’ e ‘Meu FGTS’, por exemplo, dão algumas opções como a do bloqueio de contratação de empréstimo, sem prejuízo à possibilidade de que eles retirem o bloqueio se e quando necessário”, exemplificou o delegado.
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