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Coluna Dom Antônio: Mão Amiga de Guarapari é modelo de organização para fazer o bem
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 16 de outubro de 2022 às 09:00
Atualizado em 17 de outubro de 2022 às 16:27
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No dia em que faria a entrevista dos 90 anos da Rainha Nilcy Conde, vi no restaurante Kamillus um senhor com uma camiseta da Mão Amiga, bastante usada. Gostei do nome!
Mal podia imaginar que era mais uma criação da amiga nonagenária, sempre disposta a reunir pessoas e fazer o bem, sem olhar a quem, que tanto bem faz a nossa cidade.
Há quase 20 anos, a Professora Raquel de educação física, dava aulas de hidroginástica para as meninas, que hoje estão na melhor idade e assim se mantinham em forma.
As meninas, como elas se tratam, reclamavam não ter o que fazer na cidade, especialmente as viúvas da melhor idade e a partir disso surgiu a ideia de montar algo.
Num encontro em um sítio lá no Perocão, foi criado o grupo para fazer algo para os necessitados, sem saber bem onde, o que e a quem fariam. Sabiam que queriam!
Infelizmente a Professora Raquel se mudou de Guarapari, as salas em que se reuniam foram vendidas e mais de uma vez ficaram sem lugar para se reunir.
Aí foram para o Radium Hotel, onde organizavam muitos cursos e algumas vezes não puderam se encontrar lá, por a sala estar ocupada, frustrando os ideais.
Mais uma vez a Nilcy solucionou, conseguindo o salão de festas do Edifício Marcela, onde ela mora na Praia das Virtudes, com um privilégio de vista.
São perto de trinta amigas de muitos anos, que aproveitam para colocar as novidades em dia, onde impera o coleguismo e o bom humor.
As reuniões são sempre nas terças à tarde, quando são programadas as tarefas de cada uma e entregues os trabalhos da semana anterior.
Mesmo durante a pandemia o grupo continuou passando as tarefas por whats app, buscando as toalhas e material na portaria do prédio.
A finalidade do grupo é produzir toalhas bordadas, com acabamento em crochet, que ficam lindas e tem uma bela causa a sustentar.
De quando em quando fazem um bazar em lugares variados, quando estas verdadeiras obras de arte são vendidas sem sobrar.
O ideal seria que o bazar fosse sempre no mesmo lugar, mas este ainda não apareceu e elas aceitariam uma sugestão.
Com o resultado das vendas, compram cadeiras de rodas, andadores, cestas básicas e kits de limpeza aos necessitados.
A união e amizade do grupo é tão grande, que um depoimento chamou minha atenção, levando-me à emoção total.
Uma mineira vinha a cada tanto passear em Guarapari. Conheceu o grupo e começou a levar trabalho para fazer.
Gostou tanto, que por conta disso decidiu mudar para Guarapari, a fim de poder se dedicar mais ao Mão Amiga.
O grupo não está ligado a outras organizações, nem a religiões ou política e talvez por isso siga tão unido.
Segredo: tudo é feito com o coração, para o coração!
Antônio Ribeiro é administrador de empresas pelo Mackenzie, especialista em Marketing pela PUC e Master Business Administration pela FGV, mestrado em Portugal e doutorado na Espanha. Autor de 47 livros já publicados e mais de 170 colunas sobre Guarapari.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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