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Coluna Dom Antônio: Nossas primeiras Copas do Mundo, de 58 e 62, têm a ver com Guarapari e pode ter capixaba em 2022
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 20 de novembro de 2022 às 09:00
Atualizado em 21 de novembro de 2022 às 14:27
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O ano era 1958, na fria Suécia e o mundo conheceu o que viria ficar conhecido como o país do futebol. Depois de golear os donos da casa por 5 x 2, levantamos a taça!
No grupo campeão, além do menino de 17 anos, Pelé, que viria a encantar o mundo com a camisa 10, outro com a camisa 7 e pernas tortas, entortava adversários.
Ainda sem a fama mundial, o grupo foi disputar o mundial seguinte no Chile e por infelicidade nossa, Pelé se lesiona na segunda partida e fica fora daquele mundial.
Para surpresa de muitos, Garrincha arrasa o mundial e novamente somos campeões do mundo de futebol. As pernas tortas enfeitiçavam o mundo da bola!
Pela segunda vez ganhamos a copa e os brasileiros começaram a migrar para o mundo inteiro, ensinando como se joga futebol, ganhando dinheiro.
O craque da 7, das pernas tortas, com a estrela solitária no peito, começava ali seu martírio. Jogava com infiltrações, para vencer as dores no joelho.
Com medo de fazer a cirurgia que Ronaldo fez duas vezes, fez alguns tratamentos por conta própria, um deles passando pela nossa Cidade Saúde.
Também por ser de Pau Grande e como Silvio Santos, ter 6 filhas mulheres, era tão famoso quanto Pelé, mesmo com problema das pernas tortas.
Sua segunda esposa, Elza Soares, era uma cantora famosa e viver na noite trouxe outro problema ao nosso Mané: a dependência do álcool.
Desacreditado e decadente, jogou em clubes menores, mais pelo nome do que pelo futebol comprometido pela eterna limitação dos joelhos.
Quanto menos jogava, mais bebia e pior ficava o quadro. Elza achando que o problema eram as dores no joelho, tentou ajudar como podia.
Em 1963 trouxe Garrincha para um tratamento nas areias monazíticas de Guarapari, que ganhavam fama mundial pelo Dr. Silva Mello.
Enterrado na Areia Preta de dia e na bebida no cassino do Radium Hotel à noite, com centenas querendo tirar fotos com os dois.
Para ter um pouco de sossego, com os amigos que fez aqui, passou a vir para uma casa com marina e isolada no Canal de Guarapari.
Os tratamentos o ajudaram, tanto que jogou até 1972, mesmo com a bebida e fizeram a Cidade Saúde ficar mais famosa ainda
Agora um capixaba, Richarlison, que também joga na direita, pode se fazer neste mundial do Catar. Tomara que lembre do ES.
Uma curiosidade: o pássaro conhecido como Garrincha de Bigode, origem do apelido, também voa no Espírito Santo.
Que a bola levante o estado, tão fraco de futebol!
Antônio Ribeiro é administrador de empresas pelo Mackenzie, especialista em Marketing pela PUC e Master Business Administration pela FGV, mestrado em Portugal e doutorado na Espanha. Autor de 47 livros já publicados e mais de 170 colunas sobre Guarapari.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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