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OAB Guarapari debate violência política contra mulheres com a presença de autoridades
Evento aconteceu na tarde desta quinta-feira (03) no auditório da entidade
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 4 de agosto de 2023 às 13:15
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A 4ª Subseção da OAB, em Guarapari, iniciou nesta quinta-feira (03) um ciclo de palestras em comemoração ao Mês da Advocacia. O primeiro evento – organizado pela Comissão da Mulher Advogada -, teve como tema principal a violência política contra mulheres, e aproveitou o início da campanha Agosto Lilás, criada para conscientizar e combater a violência contra a mulher.
“Hoje iniciamos um ciclo de palestras que teremos neste mês, não só em razão do Agosto Lilás, mas também em comemoração ao mês da Advocacia. Então, preparamos várias palestras neste mês, que também contará com nosso baile comemorativo no dia 19”, explicou a presidente da OAB Guarapari, dra. Mônica Goulart.
Além dela, participaram do evento a presidente da Comissão da Mulher Advogada, dra. Rosânia Soares, a membra da comissão, dra. Elizabeth Hadad, a vereadora Rosana Pinheiro, e a deputada estadual Iriny Lopes.
“Nós entendemos que a violência política é mais um desdobramento das muitas violências, que são estruturais, institucionais, que estão presentes na nossa sociedade por uma desigualdade histórica e cultural. Nós precisamos combater os diversos tipos de violência e, hoje, especialmente a violência política, porque entendemos que precisamos tomar para nós, como uma luta pessoal, as violências que as nossas representantes estão sofrendo por serem mulheres nos exercícios de seus mandatos”, pontuou dra. Rosânia.
Para Rosana Pinheiro, presidente da Comissão dos Direitos das Mulheres na Câmara de Guarapari, o debate sobre o tema é de extrema importância. “A violência política contra mulheres sempre existiu. E agora está mais em evidência porque as mulheres têm despontado, se mostrado mais. Por isso, talvez, essa perseguição e discriminação. Então, quero parabenizar a OAB por esse evento tão importante para nós.”
Já a deputada estadual Iriny Lopes ressaltou que o debate é necessário, e vai além da violência política, sendo uma oportunidade para cobrar iniciativas eficientes para o combate à violência contra as mulheres na sociedade brasileira.
“Nós temos um grau altíssimo de violência no Estado, de todas as maneiras: física, psicológica, política, do desemprego, da fome. A situação é tensa e grave, então é sempre oportuno quando a gente pode fazer discussões como essa que a OAB nos chama”, explicou.
A parlamentar também listou problemas no sistema que prejudicam o trabalho de combate a esses tipos de violência. “Vamos receber em breve o orçamento do governo para as políticas públicas para mulheres, e vamos ter que colocar ali a ampliação do número de delegacias e varas especializadas, além de casas abrigo e outras portas de saída”, disse.
Uma entre as quatro parlamentares na Assembleia Legislativa, Iriny atribuiu aos partidos políticos o número aquém do necessário para participação das mulheres nas decisões políticas.
“Nós precisamos mudar a mentalidade dos dirigentes partidários. A principal responsabilidade da baixa participação das mulheres é dos partidos. Eu acho que nós devemos um mínimo de 30% de cadeiras, não de vagas na chapa, de cadeiras nos parlamentos. Onde as mulheres poderiam começar com os 30%, as mais bem votadas ocuparão. Isso ocorreu na Argentina há anos, e hoje já há quase 50% de ocupação, não por cotas, mas pelo crescimento da percepção. Se não houver mais mulheres na política, as políticas para as mulheres continuarão as mesmas”, concluiu.
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