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Coluna Palavra de Fé: As três fases da Páscoa
Por Raphael Abdalla
Publicado em 31 de março de 2024 às 11:00
Atualizado em 31 de março de 2024 às 11:00
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I. Crucificação
Foi uma sexta-feira de muitas dores. Estava ali um homem inocente, reto em todos os seus caminhos, sem jamais ter pecado contra o Pai ou transgredido em desfavor dos homens.
A humilhação teve um percurso. A via foi dolorosa, o escárnio sem medida. Incrível como em tão pouco tempo as hosanas passaram a ecoar na forma de “crucifica-o”. O Bendito caminhou rumo à maldita.
Aquela cruz pesava demais, não apenas pelo peso do corpo santo que nela foi pregado, mas sobretudo pelas incalculáveis toneladas dos nossos pecados. O cálice da ira de Deus não foi afastado.
Cada gota foi bebida. Aquele que esvaziou a taça não foi o que a encheu. A cruz era nossa. Nós somos os transgressores. Além da dor física própria da coroa de espinhos, do lado traspassado, dos cravos nas mãos… a dor do abandono, do cuspe, da solidão.
Depois da indizível agonia, “está consumado” ecoou em todos os Universos possíveis e ainda não descobertos. Nas regiões criadas e no Céu dos céus fez-se ouvir que o preço estava pago. Para não nos sacrificar, sacrificou-Se.
Não existe história de amor mais bela. Com toda convicção que há em mim, creio nessa Verdade das verdades. Hoje é tempo de lembrar que todo sofrimento daquela sexta-feira foi por amor. A expressão “morrer de amor” só pode se aplicar a Ele, ninguém mais.
Que seja essa uma sexta de reflexão para todos nós, alvos desse grandioso ato de redenção.
II. Silêncio
O Sinédrio, a reprovável postura de Caifás, a obscura influência de Anás, a covardia de Pilatos, a arrogância de Herodes Antipas e a cruel cegueira do Império perdem seu protagonismo quando amanhece o sábado.
O silêncio é ensurdecedor. Os principais fariseus e os sacerdotes providenciam guardas para o túmulo e selagem para a pedra. Um sábado inteiro emudecido pela ausência do Cordeiro de Deus entre os homens.
Após a sexta em que se viu a carranca da morte e antes do surpreendente domingo, o sábado do meio nos convida a reflexão. Trata-se de um chamado voluntário ao silêncio da alma para refletir o tamanho do sacrifício.
Não há ruído, alarido, assuada, azáfama… barulho. Eis o solene e silencioso sábado que antecede a mudança do mundo de uma vez por todas.
“Silêncio, a Trindade está trabalhando.”
III. Ressurreição
José de Arimateia foi muito generoso ao doar um túmulo nunca usado para Jesus ser dignamente sepultado. É simbólico, ilustra a tradição, que o Salvador veio ao mundo em um ventre virgem e foi colocado em túmulo “virgem”.
Porém, o que seria uma doação tornou-se um empréstimo. Jesus devolveu o túmulo vazio três dias depois! “Da sepultura saiu, com triunfo e glória ressurgiu.”
O domingo chegou. A esperança raiou. A morte foi derrotada. Os grilhões perderam sua eficácia. As hostes do inferno tiveram a festa encerrada. O cetro da autoridade está nas mãos ressurretas.
Sim! A ressurreição de Jesus é âncora da nossa fé. É o ápice da mais linda e verdadeira história de amor do mundo. É o apogeu do divino. É o cumprimento da promessa. É o que nos faz levantar com convicção de que tudo coopera para o bem. As santas mãos dirigem nosso destino, acaso para nós não haverá.
Que o Universo ouça: por mais maravilhoso que este domingo seja, ele não é o final da história. Quem tem ouvidos, ouça: o Rei está voltando, aleluia, Ele vem nos buscar.
Raphael Abdalla é pastor titular da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Espírito Santo. Possui formação em Direito, Teologia e MBA em Liderança. Idealizador do projeto Redes de Voluntários. Casado com Ana Paula Abdalla.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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