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Mãe dos quíntuplos de Guarapari fala sobre a descoberta do autismo em dois filhos

No dia 02 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

Por Aline Couto

Publicado em 5 de abril de 2024 às 11:37

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Na última terça-feira (02) foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, data criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Com a descoberta de forma tardia, como conta Mariana Mazzelli, Bella e Benício, filhos da digital influencer foram diagnosticados com o TEA. Conhecida nas redes sociais, a mãe dos quíntuplos de Guarapari; Bella, Beatriz, Benício, Jayme e Laís; que completam cinco anos em junho, aproveita o mundo digital para relatar como foi a descoberta do autismo e mostrar como a rotina de terapias vem mudando a vida dos dois filhos.

“Eu já suspeitava, como tenho quíntuplos comparo o tempo todo o desenvolvimento das crianças, embora cada uma seja de um jeito, isso é inevitável, ainda mais que são gêmeos. E percebi que os dois se distanciavam dos outros três. E em uma investigação junto com o médico pediatra, através de exames clínicos e comportamentais chegamos ao diagnóstico no ano passado. Benício tem associado ao autismo a Síndrome de Down, são duas síndromes juntas e um desafio enorme. E a Bella a encefalopatia crônica e o autismo. Os dois são não verbais”.

Terapias

“Hoje os dois seguem o modelo Denver, feito aqui em Guarapari com excelentes terapeutas. E fazem também por conta do desenvolvimento motor, a Terapia Contínua Cuevas Medek Exercise – CME, em Vila Velha. E os dois já estão tendo grandes avanços e estão conseguindo adquirir habilidades para poderem se socializar com as outras crianças. Benício está mais atento, com mais troca no olhar, e Bella já começou a falar algumas palavrinhas”.

Alerta

“O autismo não tem cara, não tem característica física, ele é comportamental, então é muito importante ficar atenta aos sinais que seus filhos estão dando em casa. Se são crianças que brincam sempre sozinhas, se tem hiper foco em alguns brinquedos; que é o caso do Benício e da Bella. O Benício gosta de abrir e fechar portas, a Bella tem hiper foco em livros; se tem sensibilidade a luz, são seletivos na hora da alimentação, se irritam com muito barulho, todos esses comportamentos são sinais de alerta para os pais procurarem um médico pediatra, vale a pena investigar. Porque tendo um diagnóstico mais precocemente você já entra com as terapias para uma maior qualidade de vida das crianças”.

IMG 5581 1 - Mãe dos quíntuplos de Guarapari fala sobre a descoberta do autismo em dois filhos

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, conforme informou a Organização Mundial de Saúde (OMS). O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas. Pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho. Além disso, a política nacional considera o autista pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios.

A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

A pessoa com TEA tem direito a receber um salário-mínimo (R$ 1.412) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário-mínimo, ou seja, R$ 353.

Com informações: Agência Brasil.

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