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Coluna Palavra de Fé: Encontros e despedidas

Publicado em 23 de junho de 2024 às 11:00
Atualizado em 23 de junho de 2024 às 11:00

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pela fe - Coluna Palavra de Fé: Encontros e despedidas

Escrevo este texto na véspera de uma viagem de 2.700 km que farei, estava arrumando as malas até agora, já está tudo no lugar (eu acho). Amanhã cedo acontecerá o momento da despedida, já sinto o prenúncio da saudade que sentirei dos ficam. Saudade é uma palavra emblemática. É um dos vocábulos mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. Os dicionários apregoam que saudade descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor.

Como toda boa viagem a minha terá seu dia de retorno. Nesse dia, já prevejo, também me emocionarei, também sentirei saudade. Será o dia da despedida que, logicamente, só existiu por causa do dia do encontro. Dizem que a vida é assim, cheia de encontros e despedidas. Uma cantora da música popular brasileira já afirmou que todos os dias é um vai-e-vem, a vida se repete na estação, tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais…

A dinâmica da existência realmente no mostra que a relação encontro x despedida é uma constante nas relações humanas. Mas, existe um perigo! Na verdade, um grande perigo: o de transferirmos a transitoriedade de nossa presença nas coisas do cotidiano para nosso relacionamento com Deus. Em outras palavras, existe o grande risco de nossa relação com Pai transformar-se em encontros e despedidas. 

Vejo homens e mulheres envolvidos em convivências fugazes, alígeras. Nutre-se um amor na sexta que misteriosamente acaba na segunda. Relacionamentos transformados em envolvimentos, na expectativa de emoções novas, que de fato chegam. Porém, chegam com sua irmã-gêmea: a frustração. Envolvimentos possuem prazos, relacionamentos não.

A humanidade aprendeu a edificar torres imensas, mas não aprendeu a edificar o amor e a convivência.Os homens inventaram aviões supersônicos para chegar rapidamente às maiores distâncias, mas não conseguem chegar ao coração de um irmão. Expressões do tipo “o homem é o lobo do próprio homem” (Hobbes) parecem fazer sentido num mundo fugaz. Mas, nunca – repito, nunca – encontrará sentido no Evangelho do Pai! 

No Reino de Deus, ambiente onde a vontade do Pai é feita, as pessoas enxergam, tocam, amam, sentem, ajudam, alegram umas as outras. Esse conjunto de verbos atende pelo nome de: relacionamento.

O povo de Israel experimentou amargamente a inconstância de intimidade com o Senhor. Será que devemos persistir nesse erro? Nosso afastamento do Pai jamais mudará o modo como Ele nos vê. Ele nos enxerga por sua graça e misericórdia que se renovam a cada manhã. Porém, e aqui está o problema, esse afastamento muda o modo como nós vemos a Deus.

Já ouviu aquela história de que todo mundo é ateu até a hora do sequestro? É mais ou menos por aí. Lembrar-se de Deus na adversidade é bastante cômodo. É o momento do “encontro”. Mas, passada a luta, a tendência humana é esquecer, relaxar, afastar-se de Deus. É o momento da “despedida”. Não estou dizendo que todos são assim. Não. Claro que não. Estou constatando o perigo de assim o ser. 

Estou falando da humanidade. Logo, estou falando de mim. Como já disse o alegorista, “nada do que é humano me é estranho.” Somos todos herdeiros da “despedida” que houve entre Adão e Deus, em razão do pecado, da desobediência e da inconstância. Mas, a Ressureição nos fez herdeiros do “encontro” entre Deus e Jesus Cristo, em razão da fé, da obediência e do amor.

É a consciência da Ressureição do Messias que nos faz querer viver com Deus numa eterna relação de encontro, jamais de despedida. Um dia nos despediremos de pessoas que amamos nesse mundo, porém isso não precisa se estender à Santíssima Trindade. Dela, pela salvação em Cristo, nunca necessitaremos nos despedir. Quando nossa casa terrena se findar, teremos uma casa celestial. Deixemos os encontros e despedidas para as situações que, de fato, são necessárias, como nas viagens, por exemplo. A saudade é ônus do viver. Portanto, visite, viaje, perdoe, vá, volte! Agora, não experimente esse vai-e-vem com o Senhor! Desfaça as malas daquilo que te afasta de Deus, até porque para falar com Ele, graças ao Filho, você não precisa viajar 2700 quilômetros.

As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es

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