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Mulheres ganham 29,25% a menos que homens no Espírito Santo, aponta relatório
Levantamento revela que Estado tem a maior diferença de remuneração entre homens e mulheres no Brasil
Por Maria Leandra Aroeira
Publicado em 27 de setembro de 2024 às 09:44
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Segundo dados do 2º Relatório de Transparência Salarial, as mulheres ganham 29,25% a menos do que os homens no Espírito Santo. O documento, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, revelou que a remuneração média das mulheres no estado é de R$ 2.793,41, enquanto os homens recebem R$ 3.948,15.
O estudo foi realizado a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023. O relatório se baseia em informações de 988 empresas capixabas que, juntas, empregam 309.051 pessoas. A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência).
Diferenças salariais por cargo e raça
No Espírito Santo, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 30,8%.
No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 71,3 mil e 41,2 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 30,6% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 30,7%.
Políticas de inclusão
O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
O documento registrou que, no Espírito Santo, 42,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 36,6% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 35,6% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 29,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 24% dos estabelecimentos contam com a política.
O levantamento foi apresentado na última semana e, em março deste ano, o 1º Relatório de Transparência Salarial já havia indicado que o Espírito Santo apresentava a maior desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil, com as mulheres recebendo, em média, 35,1% a menos que os homens.
*Com informações da Secretaria de Comunicação Social.
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