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Entrevista: Léo Português projeta avanços para Anchieta e reforça compromisso com a gestão participativa
Prefeito eleito apontou o que pretende fazer nos próximos anos na cidade
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 18:39
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Eleito prefeito de Anchieta com mais de 8.400 votos, Léo Português, apesar de ter disputado sua primeira eleição para o Executivo, não é um novato no serviço público. O comerciante de 47 anos já foi vereador e ocupou funções importantes nas gestões do ex-prefeito Edival Petri (1954-2015) e do atual, Fabrício Petri, a quem atribui um papel decisivo em sua campanha vitoriosa.
Em entrevista ao folhaonline.es, o agora prefeito eleito Léo Português destacou os principais fatores que, em sua visão, marcaram a campanha ao lado do vice Renato Lorencini. Ele também expressou gratidão pela confiança da população e prometeu dar continuidade aos investimentos na cidade.
Confira os principais trechos da entrevista.
folhaonline.es: Foi uma longa campanha e uma disputa acirrada. Como se sente após a vitória?
Léo Português: É um sentimento de muita gratidão, de muita felicidade com a população de Anchieta. Sou prefeito, agora, de todos os anchietenses. Fizemos uma campanha limpa e propositiva. Apresentamos um programa de governo que foi construído desde a pré-campanha, quando o Renato e eu, na época, ainda caminhávamos em paralelo.
O Renato trazia para a população a proposta de um programa de governo “Vem Viver Anchieta”, e eu com “Anchieta que eu Quero”. Finalizando a pré-campanha, entendemos que juntos seríamos mais fortes para não permitir o retrocesso, e que os nossos interesses pessoais eram infinitamente inferiores à necessidade coletiva, ao interesse e ao bem maior da cidade, que é ter uma boa governança, uma gestão equilibrada, responsável e que saiba cuidar do orçamento público, mas, sobretudo, dialogar e ouvir a população. Nós nos comprometemos a fazer uma gestão participativa, de resultados, com orçamento participativo. Este momento ainda é de gratidão a cada um que nos acompanhou, a cada morador que nos incentivou.
A que você atribui a sua conquista? O que você considera ter sido o diferencial da sua campanha para chegar até a vitória?
Acho que o diferencial foi poder olhar nos olhos das pessoas, falar a verdade e ouvir as pessoas. Nossa campanha foi a que mais visitou as casas dos anchietenses. Foi uma campanha “pé no chão”, de porta em porta e de muitos eventos. Fizemos seis comícios, carreatas e caminhadas. Então, a população sabia com clareza quais eram as nossas propostas, e eram propostas reais, compromissos que vamos cumprir. Quando o adversário vinha com mentiras, nós respondíamos com a verdade.
Quando falávamos que nossa prioridade é melhorar a saúde, sabendo de que forma faremos isso, o adversário prometia construir hospital, UPA… Ele chegou a oferecer 15 mil empregos na cidade. Nosso compromisso, por outro lado, é com a qualificação e geração de emprego e renda. A cada mentira, apresentávamos uma verdade, uma proposta pé no chão e com responsabilidade.
Outro diferencial dessa campanha foi o carinho das crianças. Por onde eu passava, era impressionante. Acho que isso gerou uma sinergia, um carisma. Eu fui o que mais andei nessa cidade, não tenho dúvida disso, e as crianças viam alegria em mim. As pessoas viam simplicidade e honestidade. Foi uma campanha crescente, envolvente e contagiante, marcada pela presença das crianças ao nosso lado.
Você tem uma carreira pública diversa, já foi vereador e esteve à frente de algumas pastas. De que forma essa experiência vai guiar sua gestão?
Apesar de ser candidato a prefeito pela primeira vez, consegui passar segurança para a população de que tenho experiência administrativa e política suficiente para governar a cidade. Quando chegava a uma comunidade e mostrava que já fiz parte das gestões do Edival e do Fabrício, que sou comerciante e quero trazer para a administração pública a necessidade de bom atendimento e prestação de serviço, as pessoas confiavam.
Sou novo, mas tenho uma experiência pública com resultados. Por onde passei, fiz entregas que melhoraram a vida das pessoas. Outro ponto importante é o apoio do prefeito Fabrício, que governou a cidade no pior momento de Anchieta e vai entregar uma gestão mais organizada. Ele teve um papel importante nessa campanha.
Como você disse, já fez parte das gestões do Edival e do Fabrício Petri. Quais aprendizados você traz dessas experiências?
São muitos os aprendizados: a sensibilidade de olhar para as pessoas, que aprendi com o Edival; a política eficiente e de resultados, com o Fabrício; e que é fundamental uma boa articulação com a sociedade, a Câmara de Vereadores e as lideranças políticas. Hoje, conheço muito bem o orçamento público, tanto como secretário quanto como candidato. Agora, como prefeito eleito, vou poder cobrar da equipe de trabalho a eficiência na execução do orçamento, sobretudo voltada para aqueles que mais necessitam. Essa também é uma missão da política: governar e trazer investimentos para os que mais precisam.
Você é do PSB, o partido do atual prefeito e do governador. Como será essa relação para trazer mais investimentos para Anchieta?
Espero que o fato de eu ser do partido do governador, o PSB, seja um motivo para aperfeiçoar ainda mais a relação política, institucional e administrativa com o Governo do Estado. Hoje, Anchieta já é atendida com investimentos, mas queremos ainda mais nos próximos anos. Tenho certeza de que o Governo do Estado precisa ter um olhar responsável e atencioso para a cidade de Anchieta, que é uma cidade importante, mas que ainda enfrenta desafios, especialmente na infraestrutura e na saúde.
Sobre esses problemas que você citou, quais são suas prioridades? O que pretende fazer nos primeiros meses de gestão?
A prioridade que debatemos durante toda a campanha está relacionada à saúde pública. Anchieta já possui uma rede de unidades de saúde que cobre 100% do território na atenção primária. Temos um Pronto Atendimento (P.A.) cujo 30% dos atendimentos são para moradores de Piúma, Iconha, Alfredo Chaves e até mesmo Guarapari. Mesmo assim, queremos mais.
Isso foi um diferencial da nossa campanha. Não basta dizer o que queremos, temos que mostrar como vamos fazer, buscando parcerias com o Governo do Estado, com a Samarco… Eu preciso que o Hospital de Anchieta seja referência em cirurgias eletivas e que as unidades da rede de saúde ofereçam atendimento com pediatra. Queremos também realizar mutirões de exames e consultas.
Outra prioridade é a implementação do orçamento participativo, já em 2025. Vamos percorrer toda a cidade, todos os bairros. São importantes também os investimentos para a agricultura familiar e para o homem do campo, com mais assistência técnica, mais equipamentos e, sobretudo, estradas de qualidade.
Anchieta tem se tornado um grande polo turístico na região com investimentos da prefeitura. O que você pretende trazer para essa área nos próximos anos?
Anchieta tem feito investimentos em infraestrutura turística. Fizemos a reurbanização da orla da Costa Azul, em Iriri, e da orla de Castelhanos. Iriri, Alto Pongal, Jerusalém e Jabaquara ganharam praças. As comunidades estão recebendo praças e equipamentos de lazer para as famílias.
No litoral, esses investimentos têm sido intensos, garantindo um calendário de eventos para Iriri. Castelhanos também começa a se movimentar, e agora, em parceria com o Governo do Estado, o investimento na reurbanização da orla de Ubu terá prosseguimento e conclusão durante nosso mandato.
Precisamos fortalecer o turismo religioso, promover o destino turístico e atrair turistas de outros estados para que o desenvolvimento turístico aconteça de forma mais expansiva durante todo o ano.
O que está sendo planejado para a geração de emprego e renda?
A qualificação é crucial, porque Anchieta vai receber investimentos públicos e privados nos próximos anos. A construção civil está pujante, mas, às vezes, falta mão de obra qualificada. Precisamos fortalecer o comércio local, o turismo e qualificar melhor o servidor público para prestar o melhor serviço à população anchietense.
Acho que o fortalecimento das empresas locais é essencial. Estamos discutindo com a Samarco para que as empresas locais da região possam participar do projeto de expansão. Nesse aspecto, precisamos ser firmes com a Samarco para que acolha melhor os empresários de Guarapari e Anchieta, permitindo que participem de rodadas de negócios e tenham oportunidades de vender e trabalhar com a empresa.
E como será a relação com a Câmara Municipal?
Tenho certeza de que teremos uma boa relação. Foram eleitos oito vereadores da nossa base partidária, e já conversamos com os três vereadores eleitos por outros partidos. Queremos trabalhar em sintonia com a Câmara Municipal, sempre com foco no interesse público e no bem maior da coletividade, dialogando e sendo parceiros dos vereadores. Reconhecemos a importância da Casa Legislativa e vamos manter essa sintonia com o Poder Executivo.
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