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idéia na cabeça + câmera na mão = curtas metragens
Por Glenda Machado
Publicado em 5 de novembro de 2008 às 00:00
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Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão. Assim começou o I Festival de Curtas Metragens do Instituto Educacional Jesus Menino (IEJM). Dos 29 roteiros, sete foram selecionados para dar imagem às palavras. E tudo feito pelos próprios alunos da 6ª a 9ª séries do Ensino Fundamental. O resultado foi uma verdadeira sessão cinematográfica no dia 30 de outubro. Uma tarde de gala, pois cinema é arte e arte não se explica, simplesmente inspira, encanta e porque não dizer que também educa.
Cada texto mostrou uma realidade, àquela que está em evidência no cotidiano das crianças. Degradação do meio ambiente, disparidade entre as redes de ensino público e particular, o conflito entre as belezas naturais da cidade para com o descaso do poder público, documentário sobre o cinema, contrastes urbanos e sociais, a violência dos desenhos animados atuais e até uma sátira à fé irracional.
O resultado surpreendeu o próprio coordenador do evento. “Os temas que eles escolheram, as críticas que fizeram mesmo que inconscientes, o resultado em si superou as minhas expectativas. Para a cultura municipal é uma sugestão de que sem dinheiro, mas com vontade e criatividade é possível fazer um festival deste porte”, destaca o professor Ivan Castilho.
Destas idéias surgiram “O Monstro do Manguezal”, “Vidas Opostas”, “Guarapari em Ação”, “No escurinho do Cinema”, “Filhos do Brasil”, “Desenhos Malditos” e “Massacre da Espada Elétrica”. E para explicar o objetivo do evento, ninguém melhor que a própria diretora. “Essa iniciativa é um passo muito grande na área da educação que hoje está longe de se limitar a sala de aula”, afirma Maria da Glória, Pretinha.
Além da questão pedagógica, o evento também foi uma verdadeira aula de artes. É o que aponta o artista plástico e professor universitário, Júlio Tigre. “Estamos vivendo em uma época em que a imagem tem peso forte, pois está substituindo o texto. Na pré-história, a imagem era uma identidade do olhar sobre a natureza. Hoje, a imagem, mesmo que seja em vídeo, traz o olhar através do texto, surge a partir de um roteiro, ou seja, da própria palavra que antes não existia”, enfatiza.
Premiação
Dos sete, dois foram premiados. “Desenhos Malditos” ganhou os aplausos e a votação do público, sendo o vencedor no júri popular. Já em uma avaliação mais técnica do corpo de jurados, “Massacre da Espada Elétrica” ganhou o título de melhor filme.
Futuro
As câmeras agora estão focadas no próximo festival. A idéia é expandir o evento para outras escolas tanto da rede pública quanto para a rede particular. “O I Festival é apenas a sementinha. E semente é igual pipoca, depois que explode é partir para dominar o mundo”, brinca Ivan Castilho.
Pelo Mundo
Guarapari tem se destacado na produção cinematográfica de curtas metragens. E uma das principais celebridades deste ramo na cidade é o produtor do I Festival de Curtas do IEJM, Maurício Júnior. Depois de “Cachorro do Mato”, “Mulher de Algodão”, “O Filho da Pauta”, “Alice”, “Pé Redondo”, agora vai estrear “Sereia”. Também vai produzir um novo programa para a TV Guarapari, além de lançar uma série de histórias no Japão. “Essa questão do vídeo já é realidade no nosso município. Perocão possui o primeiro estúdio cinematográfico profissional do estado. As pessoas que não tem muita noção do poder cultural e artístico daqui.”, afirma o cineasta. E aí, você sabia disso? Mais uma pergunta solta no ar para bater na consciência de cada cidadão guarapariense.
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