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Aplicativo capixaba quer acabar com “farra dos atestados”

Por Livia Rangel

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 00:00

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Um sistema eletrônico que inclui um aplicativo para celular promete complicar a vida de quem apresenta atestados médicos falsos para faltar ao trabalho sem justificativa.

Idealizado pelo médico capixaba Oswaldo Pavan, o atestado médico digital deve começar a ser usado por profissionais de saúde e por empresas a partir de outubro.

O funcionamento é simples. Quando o paciente for ao médico e precisar de se afastar do trabalho, em vez de o médico fazer o atestado escrevendo à mão e em uma folha de papel, o documento será feito no computador ou no smartphone e on-line.

Com isso, a empresa em que o paciente trabalha será notificada automaticamente daquele atestado e terá acesso a dados como o motivo e a quantidade de dias de afastamento. Outras duas cópias são geradas automaticamente para o e-mail da pessoa atendida e para o arquivo do médico no sistema.

Pavan, que já foi vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), explica que essa comunicação imediata e o registro dos dados eletronicamente impedem que o atestado seja rasurado e a quantidade de dias seja alterada, por exemplo.

“Hoje, falsificar um carimbo ou escanear um receituário é algo muito fácil. Criamos o atestado eletrônico digital para evitar as fraudes”, destaca.

Pavan também explica que o sistema combate práticas como o “atestado do dia seguinte”, quando o trabalhador falta ao serviço e vai ao médico um dia depois para pedir um documento com data retroativa, o que é ilegal. Além disso, o sistema também dispensa o uso de papel.

Gratuito. Os médicos vão poder usar o sistema gratuitamente. Já as empresas terão de pagar uma taxa de manutenção que ainda não foi definida. “É um valor baixo, inferior a de um dia de trabalho de um funcionário”, garante Pavan.

Ele destaca que o sistema protege médicos, empresas e também oferece comodidade ao trabalhador, já que não será necessário entregar o atestado na volta à empresa, uma vez que ela já vai ter sido notificada.

O projeto foi apresentado nesta terça-feira (09), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a empresas e representantes de diversos setores. Segundo Pavan, vários segmentos demonstraram interesse em aderir à iniciativa.

O médico estima que entre 25 a 30% dos atestados apresentados no Espírito Santo tenham alguma suspeita de fraude. Com a implantação do atestado eletrônico digital, a expectativa é de que a quantidade de atestados seja reduzida de 30 a 40%. “As pessoas vão pensar duas vezes”, comenta Pavan.

Fonte: Jornal A Gazeta

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