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AA: 37 anos salvando vidas em Guarapari
Por Glenda Machado
Publicado em 22 de maio de 2015 às 17:19
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São cinco grupos no município, totalizando cerca de quatro mil membros
Você sabia que alcoolismo é doença? A Organização Mundial da Saúde (OMS) catalogou como doença progressiva, incurável e fatal. O tratamento é evitar o primeiro gole para chegar ao final do dia e poder dizer mais 24 horas de sobriedade. Não tem remédio, não tem cura, o tratamento depende da força de vontade, da determinação e principalmente de se assumir como um dependente.
Aceitar essa condição é o primeiro passo do programa dos Alcoólicos Anônimos (AA). Em junho, a entidade faz 80 anos. Em Guarapari, já são 37 anos salvando vidas. Hoje, o município conta com cinco grupos cujas sedes estão localizadas no Centro, Kubitscheck, Olaria, Adalberto Simão Nader e Santa Rosa. No total, somam mais de quatro mil membros. O programa é autossustentável e se mantém com doações que podem ser feitas apenas por membros do AA.
São reuniões à noite, cujas portas estão abertas para todos, alcoólatras, familiares e visitantes. A nossa reportagem participou desse encontro para entender como funciona o programa e difícil não se emocionar com as histórias de superação. Mas respeitando o 12º passo do AA, não será publicada a identidade dos membros preservando assim o anonimato.
“Aqui é uma troca de experiências, aonde um vai aprendendo com o outro. O passado não importa, o futuro ainda não existe, então a gente vive o presente, o hoje. Mais 24 horas sem álcool”, conta um dos membros que já está há 30 anos no programa. Eles não revelam o tempo que estão sem ingerir bebida alcoólica, o que importa é contar mais um dia de vitória.
Isso porque ninguém está livre das recaídas como uma das participantes da reunião que já está há 20 no AA. Mas começou uma nova contagem. Sem julgamentos, críticas nem condenações, ela está de volta há cerca de um mês. “Não evitei o primeiro gole. E enquanto todos nos fecham as portas, aqui nós sabemos que teremos apoio e forças para continuar na luta”.
Durante a reunião, cada um tem 10 minutos junto à mesa para desabafar. São pessoas condenadas não só pela sociedade, mas também pela família. Homens que perdem o emprego, mulheres que perdem a família. E quando se vêem sem alternativas, encontram uma opção de mudança no AA.
“O programa faz uma reformulação em nossa vida, é uma mudança interior, uma filosofia de vida. Mas o primeiro passo é querer. Não adianta a família querer essa transformação, o dependente que precisa assumir e querer”, afirma outro membro que está há 29 anos no AA de Guarapari.
Mais informações:
Central AA: 27 3233-4000 / 3223-7268
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