Anúncio
Esgoto e construções irregulares mudam cenário do Canal de Guarapari
Por Glenda Machado
Publicado em 1 de junho de 2015 às 23:13
Anúncio
Poluição e pesca predatória também fazem parte da paisagem
Imagine fazer uma trilha marítima pelo canal de Guarapari. Uma ótima ideia não é mesmo? Admirar aquelas belas paisagens e ainda se deparar com a flora e a fauna do mangue… Tudo seria lindo se não fossem os flagras que um dos nossos leitores registrou diante da indignação com a poluição, esgoto, a invasão de construções irregulares e pesca predatória de uma área que deveria ser de preservação ambiental.
“O grito silencioso do canal nota-se pelo descaso com que é tratado. Construções irregulares e até ilegais. Até hoje, o poder econômico continua sendo mais forte que o ecológico. A esperança é que um dia inverta-se esta verdade. Um potencial turístico incalculável que está morrendo aos poucos”, desabafa o empresário, Eduardo Nobre de Lima. Ele que é um amante da natureza e trabalha com stand up.
Ele rema quase todos os dias da Prainha até Concha D’Ostra. Isso há mais de dois anos em horários diferentes e nunca se deparou com um barco de fiscalização. Por outro lado, quase que frequente, avista barcos que jogam redes de pesca que atravessam o canal matando o pouco de vida que tenta sobreviver no ecossistema local. Afinal, há anos o esgoto é lançado no manguezal sem tratamento algum e a cada dia em proporções maiores.
“É muito triste ver aquele esgoto jorrando, tem dia que o cheiro é insuportável. O lixo é um caso à parte, tem de tudo, sacola, pneu, madeira, chinelo… No entanto, os aterros conseguem ser mais cruéis. Invasão descarada.Também não vemos campanhas educativas, de conscientização nem mutirões de limpeza”, adverte Eduardo.
O Folha da Cidade foi atrás de respostas junto à Prefeitura de Guarapari. A administração municipal informou que são realizados palestras e debates ambientais nas escolas sobre poluição ambiental, resíduos irregulares e coleta seletiva pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Quanto ao esgoto esclareceu que é proveniente do Centro. “Não há estação de tratamento de esgoto (ETE) para ligar à rede existente. Com a previsão de conclusão da ETE Kubitscheck/Olaria para julho deste ano, todo o esgoto proveniente da rede que é lançado hoje no canal será direcionado para o tratamento”.
A Prefeitura ainda destacou que haverá uma intensificação da fiscalização das construções irregulares e que vai acionar os órgãos competentes para verificar a questão da pesca predatória, no caso Ibama, Polícia Ambiental e Iema – este que é o gestor da Unidade de Conservação Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D’Ostra.
“O canal faz parte da UC de Concha D’Ostra. Esta reserva, como o próprio nome diz, é de desenvolvimento sustentável onde é permitida várias atividades desde que controladas, como a pesca. As restrições são referentes ao tamanho da malha e do pescado, além das épocas de defeso das espécies. Atualmente estamos no defeso do camarão e do robalo”.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.
Tags: