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O primeiro campeão mundial de parajiu-jitsu é de Guarapari
Por Glenda Machado
Publicado em 10 de junho de 2015 às 17:32
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No tatame ou na vida: ele não desiste de lutar!
Imagine você no auge dos seus 20 anos… Estudando, trabalhando, se divertindo, treinando jiu-jitsu e conquistando títulos… Até que um acidente muda a sua vida. Um carro invade a contramão e joga sua moto a metros de distância. E aí começa uma corrida contra o tempo no hospital. Quatro dias de angústia, duas cirurgias e uma notícia que transformaria tudo a sua volta: amputar a perna.
Ali acabava o sonho de um jovem que queria ser campeão brasileiro de jiu-jitsu. É o que a maioria das pessoas pensaria e foi o que passou pela cabeça de Elilson Piedade, mais conhecido como Xonado. Porém, o que ninguém imaginava, é que ele iria muito mais longe. Com 26 anos, Xonado é o primeiro campeão mundial de parajiu-jitsu.
“Antes do acidente eu já tinha ganhado alguns campeonatos: Copa Pepê, Copa Cachoeiro, Copa Alegre. Eu estava treinando para o brasileiro. Ouvir que eu tinha que amputar a perna, porque a infecção estava se alastrando, foi como se não tivesse mais chão. A vida de deficiente físico não é fácil. Eu perdi o emprego e até hoje não consigo arrumar trabalho fixo, vivo de bicos”, conta.
E mesmo com tantos motivos para viver reclamando, ele é puro sorriso. Confessa que às vezes bate a depressão, mas que não se deixa abalar. “Tive que reaprender tudo, a dirigir, a pilotar moto e até a andar com a prótese. Também adaptei a minha luta no jiu-jitsu”, disse. E foi aos poucos voltando aos treinos. “Ganhei alguns títulos lutando em campeonatos regulares, como Copa Pepê, Copa Alegre, Copa Linhares. Mas às vezes começava a doer e eu parava de treinar e de competir”.
Até que com a torcida da família e amigos, ele se inscreveu para o primeiro Campeonato Mundial de Parajiu-jitsu. O evento aconteceu no ano passado em São Paulo. “Eu fui e ganhei. Nem acreditei. Primeiro lugar. Foi uma injeção de ânimo”. E foi assim que o esporte ajudou na superação de Xonado. Pena que não é fácil viver do esporte, porque tem muitos gastos com viagens para participar dos campeonatos e falta patrocínio. Por isso, ele treina de vez em quando e continua procurando emprego. Seja no tatame ou na vida, ele não desiste de lutar!
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