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Número de motoristas que bebem e dirigem cai pela metade em Vitória
Por Livia Rangel
Publicado em 19 de junho de 2015 às 14:42
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Desde a aplicação de medidas mais rígidas na Lei Seca em 2012, o percentual de adultos que admitem beber e dirigir na cidade de Vitória/ES teve queda de 54%. Em nível nacional, a redução foi bem inferior: 16%. As informações são da pesquisa Vigitel 2014, realizada pelo Ministério da Saúde.
No último ano, 3% dos moradores da capital capixaba dizem ainda manter o hábito de conduzir veículos após o consumo de qualquer quantidade de álcool. Em 2012, 6,5% dos entrevistados referiram cometer a infração. Os homens de Vitória (6%) assumem mais os riscos da dupla álcool e direção do que as mulheres (0,5%).
Na média nacional, 5,9% dos brasileiros dizem ainda manter o hábito de conduzir veículos motorizados após o consumo de qualquer quantidade de álcool – o que indica uma queda em relação a 2012, quando 7% dos entrevistados referiram cometer a infração.
Além de Vitória, Rio de Janeiro e Recife se destacam como as capitais com o menor percentual de entrevistados que admitiram dirigir depois de beber (3%), enquanto Florianópolis (SC) e Palmas (TO) tiveram a maior proporção (14% e 11%, respectivamente).
Mortes. Outro indicador importante que já demonstra um possível resultado da aplicação da Lei é a redução, pela primeira vez em dez anos, no número de mortos no trânsito no país. Entre 2012 e 2013, o número de óbitos por vítimas de acidentes de trânsito passou de 44.812 para 42.266, redução de 5,7%. Com isso, a taxa de mortalidade também teve queda de 6,5% em um ano, passando de 22,5 mortos por 100 mil habitantes em 2012 para 21, em 2013.
“É possível observar que a direção veicular após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica apresentou queda depois da implantação de dispositivos legais e da adoção de uma fiscalização mais rigorosa. No entanto, os jovens do sexo masculino ainda são o grupo mais crítico, principalmente na faixa etária entre 25 e 34 anos”, afirma a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta. Segundo o Vigitel, o percentual de brasileiros que admite beber e dirigir nesse grupo é de 9,8%, bem acima da média nacional.
Tolerância zero. Atualmente, o Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei, de acordo com o relatório global da Organização Mundial de Saúde sobre álcool e saúde (Global Status Report on Alcohol and Health 2014).
Desde 2008, na avaliação da OMS, os países têm tido progresso na implantação de leis que estabelecem baixa tolerância para álcool. Nos últimos sete anos, outros 89 países adotaram um limite abaixo de 0,05 gramas por decilitro de álcool presente no sangue dos motoristas – o que significa proteção para 4,5 bilhões de pessoas – cerca de 66% da população mundial.
Segundo a Organização, a aplicação de leis proibitivas se mostra mais eficaz quando são combinadas com medidas de fiscalização realizadas em locais e horários mais prováveis de ocorrer a mistura álcool/direção. Para a entidade, a percepção dos motoristas de que podem ser autuados é a chave para o sucesso da ação.
MORTES NO TRÂNSITO
No Brasil, em 2013, 42.291 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito. De acordo com os dados mais recentes da Polícia Rodoviária Federal, em 2014, 508 morreram nas rodovias brasileiras em razão de acidentes nos quais houve envolvimento de motoristas alcoolizados. Em 2015, até abril, as mortes contabilizadas pela PRF com esse tipo de ocorrência já chegam a 146. Outras 1.901 pessoas ficaram feridas gravemente em função da mistura álcool/direção em 2014; em 2015, até abril, já são registrados 552 feridos. Os acidentes ocorridos por influência do álcool registrados em 2014 foram 7.391, contra os 7.526 de 2013 e 7.594 em 2012. Em 2015, até abril, são 2.220 acidentes nas estradas ocasionados por uso de bebida alcóolica.
De acordo com as estimativas da OMS, a cada ano 1,2 milhão de pessoas são mortas em todo o mundo e entre 30 e 50 milhões ficam feridas. Os óbitos ocorrem principalmente entre crianças e jovens na faixa etária de cinco a 29 anos, sendo que os jovens do sexo masculino são as principais vítimas. Os custos globais econômicos calculados são de US$ 1,8 trilhão anuais.
Com informações da Agência Saúde
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