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Protesto em Village do Sol: moradores pedem iluminação e passarela na rodovia
Por Glenda Machado
Publicado em 20 de julho de 2015 às 16:51
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A ação foi uma homenagem à menina de 6 anos que morreu atropelada no local em janeiro. Emilly faria 7 anos no sábado.
A escuridão da Rodovia do Sol deu lugar à luz de algumas velas na noite desse sábado, dia 18, no ponto de ônibus na altura da entrada do bairro Village do Sol, no Km 32, cerca de 2 km do pedágio. Isso porque neste dia, a pequena Emilly, que morreu atropelada no local em 2 de janeiro, faria 7 anos. Familiares e amigos fizeram a homenagem em forma de protesto reivindicando iluminação ao longo da pista e passarela no trecho.
“No leito de morte eu prometi a minha filha que lutaria por melhorias por essa região para que mais mães não percam seus filhos, para que a morte dela não ficasse em vão. E ela queria muito esse aniversário de 7 anos, sonhava com esse dia, então resolvemos fazer um bolinho e colocar cartazes no ponto de ônibus pedindo que se faça algo por nossa região que está carente”, conta a mãe de Emilly, Nayara Fernandes Passos, 30 anos.
Hoje, Nayara mora em Vila Velha. “Não tem como a gente ficar passando por lá, porque é muita dor. Alugamos a nossa casa. Minha outra filha, de 14 anos, que viu o acidente está passando por problemas emocionais. E, seis meses depois, nada ainda foi feito. Quantas pessoas mais terão que morrer? Quantas famílias mais terão que chorar? Eu sei que nada vai trazer ela de volta, mas podemos evitar mais mortes, mais sofrimento”, desabafa Nayara.
Essa não é a primeira ação feita pela comunidade em busca de melhorias. A Associação dos Amigos da Praia do Sol já protocolou diversos ofícios tanto na Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano de Guarapari (Codeg) – responsável pela iluminação na cidade – quanto na concessionária Rodosol – responsável pela Rodovia do Sol. Mas nada foi feito além de promessas não cumpridas.
“Na Codeg, eles dizem que se iluminar a rodovia, não será possível ver o farol dos veículos. Já a Rodosol diz que não pode iluminar porque os animais do parque iriam invadir a pista. Pra não dizer que não fizeram nada, instalaram um radar no local. Mas e a escuridão? Chamamos aqui de rodobreu, o escuro é um risco a nossa segurança porque muitos pontos são longe da entrada dos bairros”, afirma a presidente da Associação dos Amigos da Praia do Sol, Néia Lima.
A Codeg, em janeiro, respondeu a um dos ofícios da associação dizendo que “após visita de técnicos no dia 7 de janeiro, já foi solicitado projetos para o local que serão submetidos a aprovação da concessionária EDP Escelsa. Após, serão iniciados os procedimentos licitatórios que visarão os pontos de ônibus entre os km 30 e 33, que julgamos serem de maior movimentação. Todo o processo levará aproximadamente seis meses para conclusão”.
Já a Rodosol, também em janeiro, informou que “contratou estudos de viabilidade para instalação de passarela no trecho compreendido entre os km 31 e 32 da Rodovia do Sol, com prazo de conclusão dos trabalhos de 90 dias”. Além do radar eletrônico, também instalou na época, placas de sinalização indicando a presença de pedestres e reforçando a atenção para o trecho.
Já se passaram os 190 dias, já se passaram os seis meses, e a escuridão continua. “Há dois anos, aqui só moravam 1.600 pessoas. Mas hoje, o bairro cresceu, temos mais de cinco mil moradores. É muita gente circulando pela rodovia no breu, é risco de atropelamento, é risco de assalto, é risco de estupro, tudo pode acontecer porque está em total abandono”, destaca Néia.
Reportagem: Lívia Rangel
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