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“Tirei o peso das costas para colocar no peito”
Por Livia Rangel
Publicado em 25 de julho de 2015 às 17:31
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Dois minutos e meio para conquistar não apenas o público em Toronto, Canadá, mas também o primeiro lugar no pódio e um feito inédito para o esporte de Guarapari: uma medalha de ouro em um Pan Americano. Isso foi o que aconteceu com Ana Paula Ribeiro, 26 anos, e suas companheiras da Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Artística no dia 18 de julho.
Já na véspera, o Conjunto garantiu 14,800 pontos nas cinco fitas e no sábado, a pontuação nos dois arcos e três pares de maças foi de 15,433, totalizando 30,233. “Só com esta medalha, eu já estava realizadíssima”, afirmou Ana Paula. Mas ela não ficou sozinha: nos dois dias seguintes, mais um ouro na prova das cinco fitas e uma prata na de dois arcos e três pares de maças.
“Essas medalhas são muito importantes para mim, porque eu já estava encerrando a minha carreira. Não tinha projeto de voltar à Seleção, mas em questão de três meses retornei. Agora estou com dois ouros e uma prata. Tiramos o peso das costas para colocar no peito”.
Superação. De volta ao carinho da família, a ginasta recebeu o Folha da Cidade em casa, no final da tarde desta sexta-feira (24). Ao lado do noivo, Rodrigo, dos pais, José e Paula, e também do incansável labrador Toddy, ela admitiu ter sentido receio de voltar à seleção.
“O convite para participar da seletiva veio por acaso, durante uma viagem. Fiz, passei, mas de imediato não quis voltar, pois as outras meninas eram bem mais novas, em torno de 16, 18 anos e com a rotina frenética de treinamentos, meu risco de lesão seria maior. Depois de conversar novamente com a técnica Camila Ferezin, que afirmou que precisava justamente de uma atleta que passasse experiência pra as demais é que decidir fazer as malas e ir para Aracaju, onde nos preparamos para o mundial”, conta.
E lá, acompanhada das ginastas Beatriz Pomini, Dayane Amaral, Débora Falda, Emanuelle Lima, Jéssica Maier e Morgana Gmach, Ana Paula fez jus ao seu talento. “Durante as provas, são dois minutos e meio para mostrar tudo que você treinou em um ano, no meu caso, em três meses, mas foi tudo perfeito. A terceira medalha de ouro não veio, por ter sido um voto político que beneficiou os Estados Unidos, mas não importa. Pelo menos é uma cor diferente”, brincou.
Um momento curioso: quando nossa reportagem perguntou a Ana Paula qual a sensação de ser a primeira guarapariense a ganhar uma medalha no Pan Americano, sua reação foi de surpresa e brilho nos olhos ao mesmo tempo. “É mesmo? Não tinha pensado nesse fato ainda… É verdade!” e olhou mais uma vez com carinho para as três medalhas que carregava.
“É uma alegria muito grande e também orgulho saber que entrei para a história do esporte da cidade. Apesar de atualmente minha rotina estar mais em Vitória, sou filha de Guarapari e minhas duas famílias, de pai e mãe, são daqui. Eu amo esse lugar e vejo o carinho que fui recebida de volta. Só tenho a agradecer por tudo. Valeu a pena o sacrifício”, disse talvez relembrando o fato de ter adiado dois projetos de vida para ir ao Canadá: a escolinha de ginástica aberta este começo de ano na cidade e o casamento com Rodrigo.
Ana Paula, porém, não vai ter muito tempo para ser mimada pela família. Nas próximas semanas, ela volta para Aracaju para se preparar para o Mundial na Alemanha, em setembro. E para finalizar, tudo o que temos a dizer é: Obrigada, Ana Paula, boa sorte e traga mais medalhas!
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