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R$12,5 milhões, esse é o montante que deixará de circular na cidade por mês com a paralisação da Samarco
Por Glenda Machado
Publicado em 13 de novembro de 2015 às 20:32
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Guarapari também vai sofrer com a paralisação da Samarco. Com o rompimento das barragens de rejeito da mineradora no último dia 5 em Mariana (MG), a empresa não tem como manter a produção depois de 14 de novembro na unidade de Ubu, em Anchieta. Os funcionários diretos já estão em férias coletivas e os terceirizados começaram a ser demitidos. Estima-se que a arrecadação municipal tenha queda de até R$ 100 mil por mês. Mas o pior é o impacto indireto já que calcula-se que deixe de circular na economia local até R$ 12,5 milhões por mês.
“A previsão é de que com as possíveis demissões e suspensão dos contratos de prestação de serviços de fornecedores de Guarapari deixe de circular na nossa economia o montante de R$ 8,5 a R$ 12,5 milhões por mês. Na arrecadação estima-se uma queda de até R$ 100 mil por mês”, afirma o secretário de Desenvolvimento e Expansão Econômica, Danilo Bastos.
De acordo com ele, são empresas que prestam serviços para a mineradora, mas que recolhem os seus tributos em Guarapari. No entanto, a maior preocupação seria com a baixa no comércio que representa hoje 50,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O impacto é muito grande em nossa economia, porque somos altamente dependentes do setor de comércio e serviços. É um círculo vicioso, caindo o poder de aquisição de compra, diminui consumo no supermercado, na área de beleza, no combustível, na aquisição de veículos”, explica Danilo.
O secretário ainda destaca que com mão de obra desocupada haverá aumento na demanda dos serviços públicos, como por exemplo, nas áreas de saúde e de educação. Também não descarta migração para outros estados em busca de novas oportunidades e até aumento no índice de criminalidade.
“Historicamente, em casos parecidos, de 20 a 25% das pessoas devem procurar oportunidades em outros municípios e até outros estados imediatamente. Os demais que não forem absorvidos pelo mercado de trabalho local também tendem a ir para fora em longo prazo. E nesse tempo entre mão de obra desocupada e migração pode haver aumento no índice da criminalidade”.
Quanto às alternativas para minimizar os impactos, a prefeitura aposta na tentativa de atrair um novo grande empreendimento para a cidade como o Pólo Empresarial. “É uma ação que estamos trabalhando há muito tempo. Mas, mesmo assim, sentiremos os impactos, porque é um investimento com resultados a médio e longo prazo”.
Danilo ressalta que a melhor solução seria a empresa voltar a operar. “A Samarco sempre adotou uma postura de responsabilidade social. Para superar essa fase com menos impacto, tanto socialmente quanto economicamente, seria retornar as suas atividades, lógico que cumprindo as medidas ambientais e de segurança”.
Para o vice-presidente da Associação dos Comerciantes do Centro, Themistocles Neto, a melhor alternativa é fazer um bom verão. “A perspectiva é que os comerciantes façam caixa no verão, porque depois do carnaval o cenário será de demissões em massa no comércio. É triste, mas é a realidade, ainda mais diante de um momento de crise como a que vivemos hoje”.
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