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AIDS: uma luta travada a cada dia
Por Livia Rangel
Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 12:31
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Conviver com a AIDS é possível, mas não é nem um pouco fácil. E a situação não se refere apenas aos que possuem o vírus HIV circulando em suas veias, mas também às pessoas próximas: pais, irmãos, filhos, companheiros, amigos, colegas de trabalho…
Mesmo com tratamentos cada vez mais modernos, que garantem qualidade de vida, o preconceito ainda é grande e muitas dúvidas prevalecem. Afinal, ao receber o diagnóstico, como contar a notícia? E se sofrer um acidente? E se quiser ter filhos?
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Portanto, neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Folha da Cidade destaca o trabalho de uma ONG empenhada em quebrar os tabus que circulam a síndrome. É o MAHP – Movimento de Apoio Humano às Pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Como o nome já diz, é um grupo que busca um olhar mais humanizado às pessoas que tem a doença, seja com sessões de aconselhamento, terapias ou até mesmo ajuda às famílias de doentes com alimentos e outros tratamentos de saúde.
O MAPH foi fundado há 20 anos pela atual vice-presidente, Marcela Castro, e sua mãe, Alda, após descobrir que o irmão fora diagnosticado com HIV/AIDS. “Naquela época, em 95, era muito mais difícil: o tratamento era doloroso e não havia ainda o coquetel. Meu irmão mesmo não quis viver, tinha um preconceito grande com ele mesmo, porque na visão dele AIDS era doença de homossexual e ele não era. Ele pegou através do uso de drogas injetáveis”, lembra.
Hoje, 27 pessoas são atendidas pelo MAHP e, apesar da boa vontade, a instituição sofre com muitas dificuldades, desde a falta de voluntários à infraestrutura adequada.
“Temos uma rede de apoiadores, que fazem contribuições mensais de, em média, R$ 20,00. É o dinheiro para pagarmos o aluguel, contas de luz, água e outras despesas administrativas. Estamos em busca de outro endereço para a sede, mas não temos a quantia suficiente para custear. Outro modo de arrecadarmos mais dinheiro seria o nosso bazar, mas só tem uma pessoa, a minha mãe, para cuidar dele duas vezes por semana. Nos outros dias, ele fica fechado. Todos nós trabalhamos voluntariamente no MAHP, é algo de coração”.
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[box style=”3″] Desde 1988, o Brasil reconhece 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), no Brasil, uma pessoa é contaminada pelo vírus HIV a cada 20 minutos. A UNAIDS ainda aponta que há aproximadamente 735 mil brasileiros infectados pelo vírus.
A conscientização sobre a doença é de extrema importância: segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2014, cerca de 1,2 milhão de pessoas morreram de Aids no mundo. [/box]
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Ela completa. “O preconceito contra as pessoas com HIV/AIDS e quem está ao redor delas ainda é impregnado. Mas não presto atenção, porque se não, a gente não faz o que deve ser feito”.
Para colaborar com o MAHP ou buscar atendimento, entre em contato com Marcela (9 9613-7231) ou Alda (9 9754-0887). A sede fica na Rua Lucio Maia, nº 30, Muquiçaba, e funciona de segunda a sexta, das 14h às 18 horas.
Mais de 260 pessoas têm AIDS em Guarapari
Atualmente, 264 pessoas recebem tratamento para controlar os sintomas do HIV/AIDS em Guarapari. As informações são do CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/AIDS, que funciona no Parque Areia Preta. Mas é possível que haja muito mais pessoas nesta situação, explica Fábia Roberta Tavares, enfermeira e responsável técnica pelo local.
“O número exato de pessoas infectadas, que sabem que têm HIV em Guarapari, a gente não consegue mensurar. Muitas pessoas, para fugir da exposição, fazem tratamento em Vila Velha, Vitória e até em Cachoeiro”.
Segundo Fábia, dos 264 casos, 18 foram diagnosticados este ano. Foram cinco casos femininos e 13 masculinos. “É grande a proporção de homens adultos, mas a cada ano aumentam os jovens infectados e isso é muito grave, porque são eles os detentores da informação e não têm se prevenido”, afirma.
A técnica alerta que além do HIV/AIDS, os casos de sífilis também estão aumentando entre os jovens. “Quando a pessoa busca atendimento, a gente pergunta se ela costuma usar preservativo, e a grande maioria diz que não. Eles têm parceiros eventuais, que encontram em festas, conhecem em uma noite e já tem relações sem precaução nenhuma. Está muito banalizado. O pior é que quando eles se dão conta, já é tarde demais”.
Aberto a toda população de segunda a sexta, o CTA realiza testes rápidos gratuitos para detecção do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. O exame é feito com a retirada de algumas gotas de sangue do dedo indicador e o resultado sai em 15 minutos. Um tempo relativamente curto, mas que provoca grande apreensão em quem está dependendo dele para prosseguir ou refazer seus planos de vida.
Antes da realização da entrevista com a técnica do CTA, nossa reportagem conversou com um jovem que tinha acabado de fazer o teste e estava à espera do resultado. “São os 15 minutos mais longos que já tive na vida”, confidenciou. Ao terminar, o jovem não estava mais no local. Mais um destino em aberto. Mais uma chance para fazer diferente e recomeçar, seja qual for o diagnóstico.
CTA HIV/AIDS Guarapari
Rua Horácio Santana, 279, Parque Areia Preta
Funcionamento: 8h às 16 horas. Testes rápidos somente até às 15 horas.
Telefone: 3262-8623
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