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Lama da Samarco pode ter chegado ao Arquipélago de Abrolhos
Por Livia Rangel
Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 15:52
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Os presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marilene Ramos, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, informaram em entrevista coletiva nesta quinta (07), que estão monitorando uma mancha no oceano que chegou à região sul da Bahia e já atingiu o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, local com maior biodiversidade de corais do Atlântico.
De acordo com a presidenta do Ibama, a mancha está sendo associada à lama de rejeitos de mineração da Samarco, que está concentrada na foz do Rio Doce.
Em dezembro, a mancha vinha se espalhando para o sul do litoral do Espírito Santo, mas, nos últimos dois dias, devido às fortes chuvas na área, passou a se espalhar também na direção norte do estado.
“O sobrevoo da região por especialistas leva a crer que a origem dela [mancha] é a lama de rejeitos da Samarco e, por isso, já notificamos a empresa [Samarco] para realizar coletas e avaliar se é de fato a lama despejada no Rio Doce”, disse Marilene Ramos.
A coleta das primeiras amostras foi feita nesta quinta-feira e a previsão é que os resultados das análises saiam em até 10 dias.
Impactos. O presidente do ICMBio, Claudio Maretti, destacou que o santuário de Abrolhos, no município de Caravelas (BA), é uma das áreas mais importantes do litoral do Brasil do ponto de vista científico e turístico. Ele informou que, por enquanto, não há nenhuma restrição a visitação nas praias do sul da Bahia até a região de Porto Seguro. Maretto disse ainda que não é possível prever até onde a lama pode chegar e quanto tempo vai levar até que seja totalmente diluída.
Segundo Maretti, o impacto ambiental causado pela mancha na biodiversidade da região será avaliado com muito cuidado e pode levar tempo para ser totalmente conhecido. “O dano imediato é a redução da produtividade da vegetação marinha, fitoplanctons e corais, o que causa prejuízo para a vida marinha. É como se eu cobrisse a Mata Atlântica ou a Amazônia com uma fumaça que dificultasse a realização de fotossíntese”, explicou.
Maretti disse que os impactos serão sentidos a longo prazo e que especialistas não descartam a possibilidade de extinção de corais, mas até agora não verificaram aumento no número de mortes de peixes e aves marinhas.
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