Além da internet, biblioteca municipal briga contra o abandono

Biblioteca Municipal funciona na Casa da Cultura no Centro.

Em tempos de internet, as bibliotecas públicas sofrem com a falta de investimentos. Em Guarapari, é só passar pela Biblioteca Municipal, que fica na Casa da Cultura, Centro, para perceber como o local anda abandonado. Ventiladores sem funcionamento, problemas com a estrutura física e acervo desatualizado fazem parte da realidade atual do espaço.

Debato Monteiro é o funcionário público municipal designado para a Biblioteca. Ele conta que o movimento tem diminuído e que falta investimento para tornar o local atraente e incentivar a leitura. “Temos um bom espaço aqui, são dois andares de biblioteca, que poderiam ser muito melhor aproveitados. Fica difícil alguém ler ou estudar com o calor de um local sem ventiladores funcionando. Em dias de chuva, problemas na calha fazem chover dentro das instalações. Quanto ao acervo, hoje a Biblioteca Municipal vive de doações”, relata.

Quando chove, o acervo fica comprometido por causa das goteiras e infiltrações.

Mesmo com todas as dificuldades, ainda há frequentadores fiéis. É o caso da auxiliar odontológica de 54 anos, Maria Conceição Passini. “De quinze em quinze dias faço empréstimos na biblioteca. Como frequento há mais de quinze anos, hoje posso dizer que já li quase todos os livros. Infelizmente a cultura em Guarapari não é valorizada, nossa biblioteca está abandonada, falta tudo”, conta Maria.

Em nota, a Prefeitura informou que a Biblioteca Municipal pertence à Secretaria Municipal de Educação (Semed), que planeja a reestruturação do espaço físico, como reformas no telhado e pintura. “Após essas ações também será realizada a troca do mobiliário. Em parceria com a Faculdade Pitágoras, a Semed contará com apoio dos alunos para informatização e melhorias”.

Bibliotecas nas escolas

Na rede municipal de ensino, das 60 escolas existentes na cidade, apenas 21 contam com espaço próprio e adequado de bibliotecas escolares. O número tão pequeno é alarmante, mas a Prefeitura informou que nas unidades de ensino que não dispõe do espaço físico, o trabalho de fomento à leitura é realizado e estimulado com os “cantinhos de leitura” nas salas de aula.

Foi destacado ainda que em 2015, a Semed realizou uma compra de 26.946 livros para atender as escolas da rede em todas etapas e modalidades.

Alternativas para a comunidade

Com quase 120 mil habitantes, Guarapari está em defasagem com o índice recomendável pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco) de bibliotecas para a população. De acordo com o órgão, o indicado é uma biblioteca para cada 12 mil habitantes, mas atualmente o município conta apenas com quatro acessíveis à população em geral, o que resulta em 30 mil habitantes por biblioteca.

Para quem busca um ambiente silencioso para estudar, ler, ou realizar empréstimos de livros, são quatro opções em Guarapari.

Biblioteca Municipal

Endereço: Praça Trajano Lino Gonçalves, S/N, Centro.

Horário: De segunda a sexta, das 8h às 17h.

Acervo: Literatura, livros didáticos, infantis e enciclopédias.

Espaço Cultural Radium Hotel

Endereço: Av. Desembargador Lourival de Almeida, Centro.

Horário: De segunda a sexta, das 14h às 18h.

Acervo: Literatura adulta e infantil.

Ifes

Endereço:Estrada da Tartaruga, S/Nº, Muquiçaba.

Horário de funcionamento: Segunda a sexta, das 8h às 21h. Sábados das 8h às 12h.

Acervo: Literatura e livros voltados para a área técnica.

Observação: O empréstimo de material é concedido apenas a alunos da instituição. A biblioteca está aberta à comunidade em geral para consulta dentro de suas dependências.

Faculdade Pitágoras

Endereço: Rodovia Governador Jones dos Santos Neves, 1000 – Lagoa Funda.

Horário de Funcionamento: Segunda a sexta, das 8h às 22h. Sábado das 9h às 12h.

Acervo: Livros acadêmicos relacionados aos cursos ofertados na faculdade.

Observação: O empréstimo de material é concedido apenas a alunos da instituição. A biblioteca está aberta à comunidade em geral para consulta dentro de suas dependências.

Por Mariana Bergamini