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Relatório Focus prevê crescimento de 1,10% do PIB para 2017
Por Natália Zandomingo
Publicado em 25 de julho de 2016 às 23:53
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Especialistas possuem opiniões divergentes sobre o tema
O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (25) mais uma edição do Relatório Focus. O documento, que aponta projeções para a economia brasileira, trouxe a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,10% para o próximo ano. O mês de abril fechou com o PIB em -3,89%. Na última semana, o índice passou para -3,25% e agora está em -3,27%.
Os números revelam que, aos poucos, a economia brasileira vai dando sinais de recuperação e o clima de pessimismo está mudando. Essa é a opinião do economista e professor da Universidade Vila Velha (UVV), Mário Vasconcelos. Segundo o especialista, o cenário econômico sofre muita influência do cenário político. “Após o afastamento da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os índices evoluíram devido a melhora no clima político”.
Para Mário Vasconcelos, “a inflação também está diminuindo e a taxa de juros deve cair um ponto até o final do ano. Além disso, o índice de confiança do consumidor e dos empresários está melhor. Para ele, o governo precisa limitar os gastos públicos e realizar reformas estruturais, como a da previdência e a tributária. “Na medida em que o setor empresarial perceber a movimentação do Governo para alavancar a economia, isso vai motivar os investimentos e gerar empregos”, concluiu.
Já para o economista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Arlindo Villaschi, o Boletim Focus é apenas uma interpretação do mercado financeiro. “É muito subjetivo e reflete a visão ideológica dos investidores e especuladores que formam a expectativa. O que é real, é medido trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística” (IBGE).
Arlindo não está otimista em relação ao crescimento do PIB e acredita que o Governo interino não adotou medidas para melhorar a situação. “Não podemos dizer quando a economia vai melhorar devido ao círculo vicioso de perda de dinamismo que ela está, causado pela paralisação do Congresso deste a última eleição”.
De acordo com o professor, a queda dos índices econômicos foi puxada, principalmente, pela diminuição dos investimentos das estatais e das grandes construtoras, que estão sendo investigadas na operação Lava Jato. Villaschi explicou que, com isso, os pequenos empresários ficam com receio de investir e o desemprego freia o consumo. Na visão do docente, “O Brasil precisa ter um governo legítimo e uma política nacional favorável ao investimento de pequenas e médias empresas”.
Quem começou a notar avanços foi o presidente do Sindicato da Construção Civil de Guarapari, Fernando Silva. “O mercado deu uma aquecida, pois os investidores estão otimistas com o novo governo”. Fernando também disse que a ampliação e a criação de novas linhas de crédito por instituições como a Caixa Econômica Federal e o Banestes ajudam, mas o desemprego ainda continua sendo o grande vilão.
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