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Mais protestos amanhã devem fechar a ponte a partir das 5h
Por Glenda Machado
Publicado em 8 de agosto de 2016 às 19:30
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Ônibus intermunicipais também não vão circular
Depois de um dia de protestos e duas reuniões, os usuários do transporte intermunicipal, professores e rodoviários decidiram ajuizar uma ação coletiva pedindo a anulação do decreto amanhã no Fórum de Guarapari. As categorias também confirmaram que as manifestações continuam amanhã a partir das 5h na ponte e que os ônibus intermunicipais não vão circular. O manifesto é contra o decreto municipal que determinou o embarque e o desembarque exclusivo no Rodoshopping no Trevo da BR 101.
Após os protestos realizados até às 11h30 no Centro e em Condados, os manifestantes seguiram até a prefeitura onde foram atendidos pelo prefeito Orly Gomes. A reunião foi fechada e a imprensa não pode participar. “O prefeito disse que não pode fazer nada e que nós temos que entrar com uma ação pedindo a anulação do decreto. Para isso, disse que temos que procurar a defensoria pública ou o Ministério Público”, disse uma das representantes dos usuários, Imaculada Conceição Galvão Rodrigues.
Situação que deixou os rodoviários indignados. “Eles foram eleitos para defender os interesses do povo e agora simplesmente falam que não podem fazer nada e que nós que temos que correr atrás?! É um absurdo. A paralisação dos ônibus vai continuar até que o decreto seja revogado”, afirma o presidente do Sindirodoviários, Wallace Belmiro. A preocupação da classe é que as empresas já anunciaram um corte de 60% do quadro de funcionários se permanecer a mudança dos itinerários.
“Já fizeram reunião com a gente e falaram que com a redução de 60 a 80% na arrecadação vão ter que demitir gente. Vamos perder o emprego, falaram que vão demitir 60%, porque o lucro da empresa é passageiro e proibiram a gente de pegar passageiro. No final de semana, rodamos o carro com um passageiro e passava pelos pontos cheios. Pessoas que a gente conhece e tivemos que deixar para trás, é desumano”, disse o motorista de uma das viações há 9 anos, Vicente Alves da Silva.
No Fórum, foram atendidos pelo juiz Dr. Gustavo Marçal. Ele que está julgando o processo impetrado pela Telavive – empresa responsável pelo Rodoshopping. Por isso, não pode dar nenhum tipo de orientação nem informação aos protestantes. Apenas disse que só pode tomar alguma decisão se tiver ação judicial, a justiça precisa ser “provocada” para se ter reação. Com isso, eles vão ajuizar uma ação civil coletiva amanhã ao meio dia solicitando a revogação do decreto em nome do Sindirodoviários, Sindiupes e Movimento Urbano.
“Vamos entrar com a ação, mas os protestos continuam. Amanhã, a partir das 5h já vamos estar reunidos na ponte. Mas a manifestação vai se intensificar por volta das 8h. Precisamos manter essas linhas, mais de 10 mil pessoas dependem desse transporte para estudar e trabalhar. Não tem cabimento, o cidadão sair de Santa Mônica, pegar dois circulares para chegar à rodoviária, pagar taxa de embarque e depois passar na porta de casa”, desabafou outro usuário que pega o mesmo ônibus há 16 anos, José Derli, o Gaúcho.
Transcol também terá que fazer embarque e desembarque na rodoviária
“A administração não concorda, mas não podemos fazer nada”. Esse foi o discurso da prefeitura na coletiva à imprensa na manhã de hoje com o secretário de Fiscalização Danilo Bastos. Ele informou que o prazo de adaptação é de 60 dias e não até 6 de setembro como consta no decreto e que o embarque e desembarque exclusivo na rodoviária também se expande ao sistema Transcol.
“A Ceturb-GV será notificada nesta semana novamente para cumprir o decreto, pois em ação de fiscalização realizada neste final de semana constatamos que não está sendo cumprido pelo Transcol. O protesto é legítimo. Também não concordamos com o contrato que foi celebrado em 2011, mas temos que cumprir a lei. Quanto ao decreto não podemos fazer nada a não ser se tiver uma nova decisão consensual ou judicial. O que podemos fazer, que é diminuir os impactos, nós estamos fazendo”, disse o secretário.
Segundo ele, a administração está acelerando o processo da licitação do transporte coletivo municipal cujo contrato deve ser assinado ainda nesta semana. Depois, a empresa tem o prazo de 90 dias para operar com os novos ônibus e novas linhas. Até lá, a prefeitura suspendeu todos os itinerários para que as empresas atuais possam atender de acordo com as demandas. Hoje, 14 linhas atendem à rodoviária. Mas até novembro, a previsão é que esse número salte para 26.
Quanto ao itinerário dos ônibus intermunicipais, a prefeitura ainda vai notificar o DER-ES. “Nem o contrato nem o decreto determinam que os ônibus passem pelo Contorno da Rodovia do Sol. Se eles saírem da rota são passíveis de multa. Antes, é preciso fazer uma nova lei e informar ao DER-ES. É ele quem vai fazer a logística. Com esse novo estudo de quilometragem rodada, haverá impacto na tarifa que deve reduzir. Vamos fazer isso ainda nesta semana”, explica Danilo. Por enquanto continuam passando por dentro da cidade, mas sem parar nos pontos, exceto das 5h às 7h e das 18h às 20h. Horários estipulados para o período de adaptação.
Passageiros protestam contra embarque e desembarque exclusivo na Rodoviária
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