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Ponte de Guarapari é fechada e ônibus intermunicipais ficam nas garagens na manhã desta sexta
Por Natália Zandomingo
Publicado em 12 de agosto de 2016 às 14:06
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As manifestações contra o decreto 389/2016, que impede a parada dos ônibus intermunicipais fora da rodoviária de Guarapari, chegaram ao 5º dia. Na manhã desta sexta-feira (12), usuários das linhas afetadas com a mudança protestaram na ponte do Centro e também impediram que os veículos das viações Alvorada, Planeta e Sudeste saíssem das garagens.
Com faixas pedindo a revogação do decreto, os manifestantes bloquearam um sentido da via de cada vez, mudando de lado a cada 10 minutos. O trânsito ficou lento no local, mas não impediu totalmente a passagem dos veículos. Participaram do ato integrantes do Movimento Urbano, representantes das comunidades Mãe-Bá, Porto Grande, Santa Mônica, Amarelos, estudantes e professores do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e líderes sindicais.
Segundo um dos integrantes do Movimento Urbano, Sebastião Campos, “o trabalhador está tendo que gastar mais devido a imposição do decreto. Para economizar, alguns estão indo de bicicleta para a rodoviária”. Sebastião também reclamou que as linhas municipais que atendem o terminal rodoviário rodam muito antes de chagar ao destino. “O deslocamento é muito demorado porque o ônibus faz um tour pelo Centro e só depois vai para o Rodoshopping”.
Sebastião informou ainda que, cerca de 100 pessoas participaram da manifestação, contando com os que foram para as garagens das empresas de ônibus. O Capitão da Polícia Militar, Damaceno, disse que haviam na ponte de 30 a 50 manifestantes.
O presidente do Movimento Comunitário de Mãe-Bá, Silvio Costa Simões, esperava a participação de mais pessoas. “O povo de Guarapari ainda não acordou para o que está acontecendo. Nossa comunidade está disposta a continuar realizando as manifestações. Ontem ficamos até às 14h na rua e hoje só não veio mais gente da comunidade porque não conseguimos ônibus”. Ele contou que às 19h será realizada uma reunião na praça de Mãe-Bá para definir as próximas ações na região de Porto Grande.
A estudante Brenda de Abreu é uma das prejudicadas com a proibição do embarque e desembarque fora da Rodoviária. Ela mora em Cariacica e estuda administração no IFES de Guarapari. “Eu dependo do Planeta para chegar no IFES e antes podia vir direto. Agora, preciso pegar outro ônibus e pagar outra passagem. Vou ser obrigada a arcar com esse preço”.
Para o professor de Sociologia, Rafael Lobo, a mudança penaliza principalmente os estudantes cotistas. “Muitos alunos do IFES são cotistas e vão ter mais essa dificuldade, pois terão que gastar ainda mais com passagem. Além disso, eles terão que sair de casa mais cedo”.
De acordo com representantes do Movimento Urbano, às 9h30 os ônibus foram liberados para sair das garagens. Por volta das 10h, os manifestantes seguiram em caminhada para a praça de Muquiçaba e encerraram o ato.
Juiz pede alterações em ação civil pública
A ação civil pública movida pela Associação dos Moradores do Bairro Santa Mônica pedindo a revogação do decreto municipal 839/2016 precisou de alterações. O Juiz da Vara da Fazenda Pública de Guarapari, Gustavo Marçal da Silva e Silva, determinou que a associação realizasse as alterações necessárias para o prosseguimento do processo.
De acordo com o Juiz, a entidade não pode requerer ação de improbidade administrativa, pois essa função é do Ministério Público. Além disso, o réu indicado como representante da prefeitura no documento foi o ex-prefeito Edson Magalhães. Entretanto, ele não é o representante legal do município. O magistrado também solicitou que se incluísse o Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), responsável pelas linhas intermunicipais.
De acordo com o Presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sintrovig), Wallace Belmiro, a instituição representa juridicamente a Associação de Moradores de Santa Mônica na ação civil pública. E as alterações foram realizadas. “Todas as solicitações de alteração feitas pelo juiz foram realizadas no mesmo dia por nosso advogado. A população de Guarapari não vai aguentar pagar essa conta”.
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