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Recorrência de sífilis congênita preocupa médicos do HFA

Por Glenda Machado

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 18:36

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HFA_fachada_tratadaNo Hospital Maternidade Francisco de Assis (HFA), o aumento na incidência de uma doença tem preocupado os profissionais de saúde. É a sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação.  Mesmo com a existência de tratamento, muitas crianças têm nascido com a enfermidade em Guarapari e os médicos alertam que ela pode causar sérias sequelas para essas crianças.De outubro do ano passado até junho deste ano, foram registrados 25 casos no HFA.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada por bactéria e tratada com antibióticos. A pediatra do HFA, Drª. Sandra Cota Mourão, explica que na gestação, se diagnosticada ainda no primeiro trimestre, o tratamento é capaz de garantir que o bebê não seja infectado. “Tudo começa no pré-natal, na assistência primária, em que a mãe faz uma série de exames nos três primeiros meses, quando a doença pode ser diagnosticada e tratada para assegurar que o recém-nascido não tenha sífilis congênita”, explica a pediatra.

Dr Sandra

Drª. Sandra conta que é identificado um alto número de gestantes tratadas inadequadamente.

O aumento no número de casos da doença é um problema de saúde pública em todo Brasil. Em Guarapari, a Drª. Sandra conta que é identificado um alto número de gestantes tratadas inadequadamente. Isso porque o tratamento não é feito apenas pela grávida, por ser uma doença sexualmente transmissível, o parceiro também deve se submeter à medicação, o que muitas das vezes não acontece.

“Se não houver a adesão do parceiro, essa gestante não estará adequadamente tratada. Ela pode se reinfectar numa relação sexual com esse parceiro que não se submeteu ao tratamento e novamente o bebê correrá o risco de ter sífilis congênita e, consequentemente, de apresentar graves sequelas”, destaca a médica.

Ainda de acordo com a pediatra do HFA, quando o recém-nascido é diagnosticado com a doença, ele também é submetido a tratamento, que inclui dez dias de internação após o nascimento. Ainda assim, as chances de sequelas são muito maiores do que quando a sífilis é tratada no primeiro trimestre da gestação, em que se pode garantir que o bebê não seja infectado. Problemas neurológicos, ósseos, atraso no desenvolvimento psicomotor são algumas das sequelas possíveis. Elas irão acompanhar a criança para o resto de sua vida e podem implicar em dificuldades para falar, andar e de aprendizado.

Evitar a doença não é difícil: “a partir do momento que souber da gravidez, procurar a unidade de saúde para iniciar as consultas do pré-natal”, indica a Drª. Sandra. Se o resultado dos exames para sífilis for positivo, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes pela mãe e seu parceiro. Além disso, o contágio de doenças sexualmente transmissíveis pode ser evitado com o uso de preservativo nas relações sexuais.

 

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