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Senhora de Jabaraí completa 104 anos
Por Glenda Machado
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 16:05
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Você já imaginou comemorar 104 anos? Maria Cardoso Santana não só imaginou como vai soprar as velinhas amanhã. A mineira, que chegou em Guarapari na década de 60, completou a data centenária no dia 1º de novembro, mas a festa para celebrar tanta experiência é neste sábado no bairro onde mora, em Jabaraí.
Cinco filhos, 13 netos e 14 bisnetos já compõem a árvore genealógica de dona Maria. Viúva há 32 anos, ela manteve o amor e a fidelidade vivas pelo parceiro Sebastião Gonçalves. Na juventude, adorava os famosos e tradicionais “forrós caseiros”. Depois de casada, sua paixão sempre foi cozinhar para a família e, de preferência, culinária mineira. E não resistia a uma boa novela, a sua preferida até hoje é a Rei do Gado.
“Ela nunca trabalhou fora, sempre se dedicou à nossa família. O que ela mais gostava de fazer era o bolinho de feijão com fubá, ovo e tempero”, conta a filha mais nova Luzia, de 61 anos. E como boa mineira, seu prato preferido é macarrão com galinhada e de sobremesa, doce de mamão. Luzia até tenta copiar as receitas da mãe, mas confessa que nunca conseguiu reproduzir o tutu de dona Maria.
“Eu me aposentei para cuidar da minha mãe e desde então assumi a cozinha, mas não tem como competir com comida de mãe. É sempre melhor. O tutu dela então, por mais que eu tente, nunca fica igual. Não sei o que tinha de tão especial, talvez seja o amor e carinho com que ela sempre fez as coisas para a gente”, afirma Luzia.
Com a idade, não tem como fugir das limitações físicas. Dona Maria, precisa de ajuda para andar, fala pouco e perdeu a visão em 2006. “Ela teve problemas de catarata e glaucoma. Mesmo com a cirurgia, não foi possível reverter”, lembra Luzia. Mas nada disso foi capaz de abalar a fé desta senhora centenária.
Dona Maria perdeu dois filhos em 2014. Ambos por infarto. Maria de Lourdes faleceu em 22 de setembro aos 62 anos e José Gonçalves em 10 de outubro com 71 anos. Duas apunhaladas em menos de um mês. No entanto, ao invés de se entregar a dor, ela se agarra na esperança dos ensinamentos de Deus.
“Somos católicos e nossa mãe sempre nos educou dentro da religião. Mesmo com as dificuldades financeiras, nossa família sempre foi unida e muito feliz. Esse carinho, essa união, esse respeito pelo próximo são os ensinamentos que ficam eternizados em nossa família passando de geração em geração”, destaca Luzia.
Talvez esse seja o segredo da longevidade, “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. “Mamãe nunca bebeu, nunca fumou, nunca gostou de pintura no rosto, nem batom. Sempre risonha, adora uma boa piada. Não abre mão de ir à igreja, gosta de ajudar os outros. Ela é um exemplo para todos nós”.
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