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Um ato amor: Moradora de Guarapari com câncer amamenta filha há quatro anos
Por Glenda Machado
Publicado em 29 de agosto de 2017 às 11:29
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O aleitamento materno é um ato de amor que ultrapassa os benefícios do contato mãe e filho e que influencia diretamente a saúde do pequeno, fortalecendo a imunidade, combatendo a anemia e reduzindo as taxas de mortalidade infantil. Quem sabe e pratica a amamentação há quatro anos é Adriana Paganini, 28, moradora do bairro Ipiranga, que resolveu estender o período do aleitamento para sua filha Alice. Mas um detalhe, no mínimo inusitado para alguns, e inspirador para outros, faz que a história de Adriana seja diferente: ela escolheu amamentar mesmo com o diagnóstico de câncer.
De acordo com ela a repercussão da sua história começou quando ela fez um comentário na página de um site se notícias, que falava sobre amamentação estendida. “Em meio a algumas críticas fiz o post comentando que amamentava minha filha mesmo eu tendo o diagnóstico de câncer. Foi uma tentativa de encorajar outras pessoas”, explicou.
E não é que deu certo? Rapidamente várias pessoas entraram em contato com Adriana para conhecer a sua história. Ela diz que recebeu a notícia do câncer logo no início da gravidez, ficou com medo de amamentar, mas decidiu correr o risco. “Eu estava com câncer de pele e precisava de tomar várias medicações fortes, também tenho depressão e um tumor no maxilar que preciso acompanhar e inclusive fazer cirurgias. Mas em nenhum momento pensei em parar de amamentar. Claro, sempre tive orientações de bons médicos e sempre avaliamos os remédios para que não tenha nenhum risco para a minha filha”, afirma.
E no mês em que se comemora o “Agosto Dourado”, em prol do aleitamento materno, Adriana diz que a amamentação não é só benéfica para o bebê, mas que trouxe muitos benefícios para ela. Com o aleitamento há redução na incidência de cancro de mama, ovário, útero, osteoporose, doenças cardíacas e diabetes e ainda ajuda na redução de peso. Infelizmente ela desabafa que ainda recebe comentários maldosos por sua decisão.
“Um dia desses estava com meu filho que participava de um campeonato de xadrez e a Alice pediu para mamar. Um senhor se aproximou e me perguntou se eu não achava que a minha filha estava uma mocinha para continuar mamando. Eu respondi dizendo que ela só iria parar quando quisesse, e que o aleitamento para mim é uma das coisas mais importantes. Infelizmente sofremos muito preconceito pelas nossas escolhas, mas foi a melhor da minha vida”, desabafou.
De acordo com Adriana a menina é muito saudável e esperta. “Ela quase não fica doente e eu tenho certeza que é por conta do leite”. E para quem quer continuar amamentando ela ainda dá um dica: “Esqueçam a opinião das pessoas. O ato de amamentar é umas das coisas mais preciosas que temos, não deixem que ninguém estrague isso. Para mim é uma oportunidade diária de enfrentar o meu câncer e para outras pessoas com certeza um ato de amor e doação”.
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