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A saúde em Guarapari não passa bem. Qual o remédio?

Por Redação Folhaonline.es

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 09:07

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O diagnóstico é muito ruim, os sintomas também, a população pede socorro e isso não é novidade.

por Carolina Brasil

Constantemente, recebemos denúncias, reclamações e pedidos de socorro da população, que clama por atendimento digno. Independente da esfera, seja ela municipal ou estadual, o fato é que a cidade de Guarapari, conhecida como cidade saúde, não está fazendo jus ao título. Os relatos vão da falta de medicamentos, que vem ocorrendo desde abril deste ano, passando por descaso e negligência em atendimentos, remoções que não são feitas a contento, até a falta de equipamentos para o diagnóstico de doenças.

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Diagnosticada com sinusite e liberada. Na verdade Thaylla estava prestes a sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O caso da Thaylla, de 3 anos. A família reclama que por quatro vezes levou a menina ao Hospital Infantil Francisco de Assis com fortes dores de cabeça, sendo diagnosticada com sinusite e liberada. Na verdade ela estava prestes a sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que de fato aconteceu no mesmo dia em que foi transferida para o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória. O pai, Marcelo Borges dos Santos, conta que até agora não se sabe o que provocou o AVC, mas o diagnóstico correto poderia evitar tudo que estão passando. “Thaila estava estável, mas hoje teve uma nova convulsão. Ainda será feito um procedimento para que ela possa se alimentar por sonda, mesmo assim estamos confiantes na plena recuperação dela e que possamos estar juntos, brincando em casa logo, logo.”

Felizmente ou infelizmente, já acompanhamos casos onde a mobilização popular de redes de apoio fez toda diferença e pacientes receberam o atendimento necessário, principalmente em casos de urgência e emergência. Vale ressaltar que o direito à saúde começa muito antes das necessidades hospitalares, nos postos de saúde e nos centros de atendimento especiais, por exemplo. Mas fica a pergunta: E aqueles que não têm voz ou apoio fazem o quê? “Percebemos que a nossa interferência faz a diferença, somos ouvidos e nos olham de outra forma, mas não podemos estar em todos os lugares”, lamenta Jaina Costa, diretora executiva da Famompog – Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares de Guarapari e membro do Conselho Municipal de Saúde (CMS) do município.

Essa foi a sorte de Gustavo Ferreira Pimenta, de 22 anos. Ele foi atendido no Pronto Atendimento do Ipiranga com fortes dores de cabeça e febre alta, liberado com diagnóstico de gripe forte. Alguns dias depois, retornou e foi isolado com suspeita de meningite, era preciso uma transferência com urgência o que aconteceu somente após uma grande mobilização. “O caso dele acabou sendo de uma infecção nos rins, muito séria, mas, hoje, ele passa bem graças ao nosso empenho. Se não fosse isso, ele teria morrido, o PA não possui nem equipamento para diagnóstico”, relatou a prima de Gustavo, Fernanda dos Santos, microempresária. Fernanda conta, ainda, sobre outro caso na família que mostra a problemática do que estamos falando. “Minha avó precisa de um reumatologista e não consegue marcar, não tem nem previsão de quando terá vaga. E isso acontece com outras especialidades também”, acrescentou. De fato, como conseguimos apurar, ortopedista e oftalmologista, por exemplo, são outras especialidades com grande demanda sem atendimento, além disso, existe uma fila de mais de 500 pessoas aguardando para fisioterapia.

Por outro lado, quando há atendimento, diagnóstico e prescrição médica, a população esbarra em outro problema: A falta de remédio. A questão é antiga e ainda não foi solucionada por completo. Conforme relatos feitos para essa reportagem, muitos usuários ainda estão sem fazer o tratamento necessário enquanto medicamentos continuam em falta – CAPTROPIL, AZUKON 30mg, MAREVAN 5mg e SELOZOK 25, são alguns exemplos.

Procuradas, as secretarias de saúde do Estado (sobre as especialidades médicas) e do Município (sobre as especialidades médicas e os medicamentos em falta) se pronunciaram em nota, que você pode ler na íntegra ao fim da matéria.


Fiscalizar e cobrar, esse é o caminho

Lúcia Novaes, presidente da Famompog, acrescenta que a luta é por uma saúde igualitária, onde todos possam ser atendidos com respeito e prontidão. Inclusive, como membro do CMS de Guarapari, o papel, entre outros, é a busca por políticas públicas para solucionar os problemas existentes. “Todos têm que ter o mesmo direito, não se pode dar atendimento somente aos que ‘conhecem alguém’ ou quando há uma repercussão ou decisão judicial”, alerta. Lucia chama a atenção e diz que é preciso que a população se apodere dos direitos que tem e depois cobre por eles. “O cidadão deve ser vigilante, percebendo que há uma falha, seja ela qual for – falta de médico, remédio ou presença do agente de saúde –, deve fazer a denúncia. Uma boa forma de começar a fazer isso é através da participação nas reuniões do Conselho”. Lembrando que a população pode fazer reclamações e denúncias também à Ouvidoria da Saúde através do 0800 276 3482.

Serviço:

Reuniões do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Guarapari:

Quando: Toda 1ª quinta-feira de cada mês

Horário: 14 horas

Onde: sala do Conselho anexo à Secretaria Municipal de Saúde – Rua Adamastor Antônio da Silva, s/n – Muquiçaba

Secretaria Municipal de Saúde (Guarapari):

Conforme preconiza o Ministério da Saúde, é de competência do Município a Atenção Básica em Saúde, executada através de seus programas e unidades municipais de saúde. Assim, ortopedia, sendo uma especialidade médica, é de responsabilidade do Estado. Especialidades médicas são consideradas de média e alta complexidade, sendo reguladas pelo Estado.

medicamentos - A saúde em Guarapari não passa bem. Qual o remédio?

A falta de medicamentos afeta a população de Guarapari

Assim, o paciente deve passar por consulta médica (clínico geral) em unidade de referência de seu bairro. Constatada a necessidade de encaminhamento para alguma especialidade médica (exemplo: reumatologia, ortopedia e oftalmologia), a unidade acionará a regulação estadual, competindo ao órgão a liberação da consulta.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que não tem medido esforços para resolver a questão dos medicamentos, o mais rápido possível. Após a assinatura dos contratos com os fornecedores, os medicamentos e insumos estão chegando ao município de forma gradativa. Foram firmados contratos com aproximadamente 30 fornecedores. A maioria dos medicamentos já foram entregues e distribuídos nas farmácias e nos locais de atendimento da cidade, incluindo a UPA. Outras empresas encontram-se dentro do prazo legal para entrega e outras já foram notificadas pelo município para cumprimento dos prazos.

No caso dos medicamentos Azukon 30mg, Marevan 5mg e Selozok 25mg, o município precisou realizar um novo processo de compra, uma vez que, não houve oferta na época. Esse processo já está sendo feito e a licitação vai acontecer nas próximas semanas.
Já há disponibilidade do medicamento Captopril 25 mg e seu estoque está sendo abastecido de acordo com o recebimento de novas remessas.

Assim, a Secretaria Municipal de Saúde continua trabalhando com a expectativa de que essa questão seja resolvida até o início de 2018.

Secretaria de Estado da Saúde (Sesa):

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que são disponibilizadas cotas mensais aos municípios e as consultas com especialistas são agendadas de acordo com a prioridade indicada pelo médico solicitante. A Sesa ressalta que os municípios também podem oferecer consultas com especialistas.

 

 

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Pronto Atendimento com falta de medicamentos, médicos e exames

 

 

 

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