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MPES deve investigar supostos áudios de vereador de Guarapari
Por Carolina Brasil
Publicado em 20 de maio de 2019 às 15:44
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Após demanda enviada à Casa de Leis, presidente reuniu vereadores e documentos para entregar ao órgão.
Na última sexta-feira (17), o presidente da Câmara de Guarapari, Enis Gordin (PRB), protocolou junto ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) um ofício com a entrega de um CD contendo áudios que indicam a suposta articulação de um vereador da cidade com empresários do ramo de entretenimento em uma possível tentativa de beneficiá-los.
Em nota, a Câmara de Guarapari informou como procedeu desde o recebimento das informações até o protocolo no MPES. Confira o trecho explicativo:
“(…) Quero informar a população que na quarta-feira (15) fui procurado por um repórter da TV Gazeta com graves denúncias envolvendo autoridades e diversos agentes públicos de nossa cidade.
Surpreso com esses fatos, no dia seguinte pela manhã (16), me dirigi à empresa de Comunicação e solicitei ao repórter que me desse acesso ao material que estava em sua posse.
Depois de escutar uma série de áudios em que um suposto vereador negocia com um empresário da cidade a votação de uma lei, mais tarde, por volta das 14h30, já na sede da Câmara, solicitei uma reunião com os vereadores que estavam na Casa para a Sessão Ordinária e apresentei a eles o material (áudios) e os questionamentos da TV Gazeta.
Neste momento, comuniquei aos vereadores que encaminharia todo o material ao Ministério Público para que os fatos fossem investigados com o máximo de rigor. Ato concretizado na sexta-feira (17) (…)”
Nas gravações, que vazaram, circularam com intensidade através de grupos em um aplicativo de mensagens e trazem apenas uma voz, o nome do vereador não é declarado, mas indicam se tratar do parlamentar Dito Xaréu (SD). Tentamos contato com ele, sem sucesso, até o fechamento dessa reportagem. Nos trechos – em mais de 20 áudios vazados – não há sequência de diálogos, mas sugerem conversas relativas à Lei de Eventos, citam secretários municipais e servidores públicos, mencionam empresários e se dirigem a um deles (que seria o possível destinatário dos áudios), além de indicarem um suposto pedido de propina:
“…Já combinei como o menino aqui. A gente vai tomar um café, eu e o menino do protocolo e esse processo vai ficar agarrado comigo dentro do meu carro. Ele põe que despachou para tal lugar e não vai chegar a tal lugar…”
“… Vai dar tudo certo. Eu preciso que faça aquele 50%, né pra mim poder batizar os meninos aqui, beleza? É seis, seis mil”
“…Já pedi para ele segurar o processo, ele vai segurar. Vou falar com ele da nova lei(…) e só que eu preciso que você vê com os meninos para patrocinar esse almoço aí…”
Ainda de acordo com a nota assinada pelo presidente da Câmara de Guarapari, outras medidas serão tomadas para que o caso não fique impune, sendo observado o direito da ampla defesa e do contraditório, garantidos pela Constituição.
“(…) Lembro que por decisão da Mesa Diretora que presido, nenhuma denúncia ou pedido de investigação será arquivado.
Ressalto que minha decisão de solicitar ao Ministério Público uma ampla investigação contou com o apoio do grupo de vereadores que me confiaram a presidência da Câmara.
Espero que os fatos sejam investigados e os culpados sejam punidos exemplarmente pelos seus atos.”
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