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Fórum debate exploração sexual de crianças e adolescentes na Câmara de Guarapari
Por Aline Couto
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 14:04
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Com o tema “Instrumentos de combate à violência contra mulheres e crianças”, a Câmara de Guarapari realizou nesta manhã (31) o 2º Fórum Legislativo com a presença de vereadores da Casa de Leis e autoridades de diversas áreas. Durante o Fórum, foram realizadas três palestras. “Exploração sexual de crianças e adolescentes, uma triste realidade”, ministrada pelo deputado estadual e delegado Lorenzo Pazolini. Em seguida, a Promotora de Justiça e coordenadora Estadual do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid), do Ministério Público do Espírito Santo, Cláudia Garcia, fala sobre o tema: “Direitos humanos e a proteção integral às mulheres”. Por fim, a palestra da deputada estadual e procuradora especial da mulher da Assembleia Legislativa, Janete de Sá, sobre: “Como combater a violência contra mulheres”.
O presidente da Câmara, vereador Enis Gordin (PRB), ressaltou a importância do debate, lembrando que o Espírito Santo é um dos estados com maior índice de violência contra mulheres e tanto elas, como as crianças, precisam ser protegidas. O parlamentar acredita que o caminho é discutir o assunto e, para isso, o fórum é uma das formas de conscientizar as pessoas e trazer soluções para o problema.
Primeiro convidado a participar, o deputado Lorenzo Pazolini falou das dificuldades atuais no controle da violência. “Problemas estruturais, logísticas humanas e legislativas, ausência da “paridade das armas” e necessidade de aprimoramento da legislação federal são apontados como indicadores do aumento da violência”, descreveu.
O delegado ainda citou sinais indicativos que podem ajudar os pais e responsáveis a identificar se a criança está sofrendo abuso. “Alterações no desenvolvimento escolar e na alimentação, automutilação, aversão ao abusador e declínio da qualidade do sono”.
Presentes no Fórum Legislativo, algumas autoridades do município relataram o quão necessário é esse tipo de ação em Guarapari e a relevância em se falar no assunto de forma ampla.
Presidente da 4ª Subseção da OAB/ES, Dra. Mônica Goulart, acredita que esse tipo de evento ajuda a esclarecer as mulheres e a sociedade como identificar um relacionamento abusivo. “Muitas vezes as mulheres desconhecem os próprios direitos e não percebem que estão em um relacionamento abusivo. Precisamos discutir os instrumentos de combate a essa violência. Mostrar os mecanismos que elas podem e devem fazer para afastar esse abusador. O abuso pode ser psicológico, físico, emocional e até patrimonial. É sempre melhor combater a causa que a consequência, evitar é muito melhor que tratar a violência já consumada”, falou.
Para Lúcia Novaes, presidente da Federação das Associações de Movimentos Populares de Guarapari (Famompog), tudo que é relacionado à mulher vem pra fortalecer, mas que há uma urgência em se pensar na educação do homem desde que criança para que se evite a continuidade do machista enraizado há tantos anos na sociedade. “Não existe só a violência física, temos também que aprender a lidar com a violência contra a mulher nos consultórios médicos. Saber se estão sendo bem atendidas no setor da saúde, com condições e acessos a exames periódicos. Não adianta apenas se vestir de rosa e ter palestra. É uma luta muito grande de posicionamento, mas não de enfrentamento. Não temos que enfrentar ninguém, mas demarcar posição, firme e com respeito. Temos que cuidar dos nossos filhos em casa, mostrando outro olhar para com a mulher. A educação tem que vir desde cedo. Começar pela escola ensinando e debatendo sobre, por exemplo, namoro e tipos de toques.
Representando o 10º Batalhão da Polícia Militar de Guarapari, a Tenente Clícia Janaína alertou para a importância das denuncias e avisou que a polícia esta cada vez mais envolvida nesse sentido. “Criamos a patrulha Maria da Penha para acompanhar as mulheres que são vítimas da violência. As mulheres precisam denunciar. No caso das crianças, que as mães e familiares também denunciem. A policia está à disposição pelos números 190 e 181 para atender toda população. As mulheres não são obrigadas a passar por nenhum tipo de humilhação, covardia ou sofrimento”.
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