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“A gente já vive aqui no terreno há mais de três anos e nunca criamos confusão com ninguém”
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 15 de junho de 2017 às 14:30
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Por Glenda Machado
Uma estrutura mal acabada, no meio do Kart in door, no bairro Aeroporto. Dentro do casebre, quatro pessoas dividem um colchão, um sofá velho, algumas cobertas e um banheiro. Uma opção e talvez a única que eles encontraram para não morar na rua. Situação que já vivenciaram antes de compartilharem o pequeno recinto.
Ao seu redor, uma imensidão de incertezas, os motivos da angústia que tiram o sono há mais de três anos. Paulo Augusto da Silva, 38 anos, sem emprego, se vira como catador de recicláveis. Depois de uma forte chuva, ele perdeu a árvore onde se escondia e tornou-se um dos muitos rostos de uma convulsão social notada a cada esquina de Guarapari, agravada pela crise econômica. Os caminhos dessa gente, quase sempre, são invisíveis à maioria.
“A gente já vive aqui no terreno há mais de três anos e nunca criamos confusão com ninguém. Na última chuva forte que teve, o vento arrancou a árvore com raiz e tudo e quase que matou a gente. Como aqui estava vazio, viemos para cá. Os comerciantes aqui ajudam dando água e tem gente que trás até cesta básica para nós”, explica.
O imóvel, que hoje serve de abrigo para os moradores, foi construído como ponto de apoio para a realização da festa da cidade, que era feita todo ano no espaço. Paulo contou que uma pessoa, que se identificou como da assistência social, esteve no local e perguntou se gostariam de ir para um abrigo, mas que não teriam lugar para guardar o material que eles coletam nas ruas, e, por isso não aceitaram a ajuda. “Ficaram de ver se conseguem o aluguel social para a gente”.
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