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“Acho mágico poder passar adiante tudo o que aprendemos com a vida, com o esporte, com a ginástica”
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 24 de março de 2017 às 10:04
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Entrevista com a ex-ginasta da Seleção Brasileira, Ana Paula Ribeiro
por Lívia Rangel
“Sempre deixei tudo acontecer de forma natural em minha vida”. É com essa frase que ela começa a entrevista. Ana Paula Ribeiro é ex-ginasta da Seleção Brasileira. Um talento da nossa terra que conquistou o mundo.
Depois do show que deu no último Pan-Americano no Canadá em 2015, ela está de volta a sua terra natal. Nunca escondeu que é do tipo “família” e que por mais longe que viajasse, sempre gostava de voltar para casa.
E foi aqui que ela resolveu ensinar tudo o que aprendeu ao longo dos 19 anos de competições. Além das parcerias com escolas e academias, também colocou em prática um antigo sonho: a escolinha de ginástica rítmica para crianças carentes.
Folha da Cidade – Primeiro, como a ginástica rítmica surgiu em sua vida?
Ana Paula Ribeiro – Foi um episódio bem curioso. Porque eu fazia ballet desde os 4 anos. Mas como eu tinha muita flexibilidade, minha mãe estava com medo de que eu tivesse algum problema. Aos 9 anos, ela me levou ao médico e eu mostrei tudo o que eu conseguia fazer e ele me indicou a ginástica.
FC – Mas quando deixou de ser uma atividade extra para se tornar competição?
Sempre deixei tudo acontecer de forma natural em minha vida. Eu era uma criança, então foi mais o impulso dos meus pais e da minha treinadora que me levaram para a frente. Eu lembro que comecei os treinos em fevereiro e em novembro participei da minha primeira competição, onde fiquei em 10º no Brasileiro. E no ano seguinte, fiquei em segundo e não parei mais.
FC – Qual foi a melhor vitória?
Ser campeã brasileira em 2005 em Guarapari. Ter a família e os amigos por perto fazem muita diferença. Neste mesmo ano, fui considerada a brasileira de maior destaque no pré-pan no Álvares Cabral. Estava lotado, foi transmitido pela Rede Globo. Foi uma emoção enorme. E os Jogos Pan- Americanos em 2015.
FC – Qual foi a parte mais difícil na sua carreira?
A rotina dos treinamentos sempre foi muito puxada. Tem que ter muita dedicação, foco, disciplina.
FC – E alimentação?
A alimentação tem que ser muito regrada, mas para mim nunca foi um problema. Se me perguntar qual o meu prato preferido, você não vai acreditar na resposta. Eu adoro salada, aquelas bem coloridas e bem elaboradas. Mas confesso que adoro um doce.
FC – E qual foi a parte mais legal de toda a sua trajetória?
As viagens, com certeza. Poder conhecer muitos países, outras culturas, pessoas diferentes.
FC – O idioma nunca foi um problema?
Sempre. Eu não falo inglês fluente. Só para você entender, falo inglês igual cozinho (risos). Eu me viro, sei fritar um ovo, um bife, mas não sei fazer uma lasanha. Então, eu consigo fazer com que me entendam, mas se começarem a falar comigo…
FC – O que é mais difícil: aprender ou ensinar?
Aprender foi mais difícil para mim, porque eu gosto muito de ensinar. Estamos com sete turmas em parcerias com Maxime, Rui Barbosa, Fit Box e Move Well. Também sou coreógrafa e viajo pelo país realizando cursos. Então sempre tive esse dom didático, acho muito mágico poder passar adiante tudo o que aprendemos com a vida, com o esporte, com a ginástica.
FC – E como surgiu a ideia do projeto social?
Eu sempre tive vontade de fazer algo social e surgiu o convite da Crescer Com Viver. As aulas já começaram e está sendo um sucesso. Tem um limite de 20 vagas e é de acordo com a procura. Se alguém desistir ou faltar três vezes seguidas, a próxima da lista é chamada. É a partir de 5 anos, às quartas-feiras às 15h30.
FC – Aposentou das competições?
Em 2015, eu não esperava que seria convocada e fui. Não sei como será daqui para frente, mas se surgir a oportunidade de novo, vou adorar.
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