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Alunos acusam cerimonial de dar calote e “sumir” antes de realizar festa de formatura em Guarapari

Por Gabriely Santana

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 11:44

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Atualizado em 30.01.2017 às 9h35

Cerca de 25 alunos de uma das turmas que se formaram no ano passado, foram à delegacia na manhã desta sexta-feira registrar boletim de ocorrência. Foto: João Thomazelli/Folha da Cidade

Cerca de 25 alunos de uma das turmas que se formaram no ano passado, foram à delegacia na manhã desta sexta-feira registrar boletim de ocorrência. Foto: João Thomazelli/Folha da Cidade

O sonho de ter uma formatura se tornou pesadelo para pelo menos 15 turmas de uma faculdade, em Guarapari. O prejuízo estimado é de quase um milhão de reais. Uma das vítimas dessa história foi uma turma de Engenharia Elétrica. Após pagar uma empresa de eventos por 34 meses para que ela realizasse a colação de grau e o baile, a turma descobriu, nesta quinta-feira (26), que a empresa não poderia realizar o trabalho por estar “falida”. Depois disso, afirmam as vítimas, a dona da empresa desapareceu.

Folha da Cidade entrou em contato com a empresa, mas os telefones estavam desligados até a publicação desta reportagem.

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A porta da empresa estava fechada e sem a fachada. Foto: colaborador

Os alunos afirmam que em nenhum momento desconfiaram da organizadora da festa. Cada um deles pagou R$ 3.200 por contrato, fora convites extras para o baile, que estava marcado para o dia 10 de março, um dia depois da colação. O presidente da comissão de formatura, Arlan Souza Nascimento, recebeu a notícia inesperada. Só a sua turma gastou R$ 147 mil para a realização do evento.

“Até quarta-feira a Rumin estava aberta, e até então, tudo funcionando normalmente. Eu fui até o escritório para acertar uns detalhes finais da formatura. Já na quinta-feira uma funcionária da empresa ligou para alguns alunos dizendo que havia sido demitida e que a empresa decretou falência. Rapidamente fui até o local e as portas já estavam fechadas”, lamenta.

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Aluna fez desabafo em uma rede social.

Depois disso, a empresa também deletou todos os meios de comunicação e não atende mais as ligações dos alunos. Os estudantes foram então até o escritório da profissional, mas se surpreenderam ao encontrar a porta do estabelecimento fechada. Em seguida, eles se dirigiram até uma delegacia onde registraram um boletim de ocorrência.

Em poucos minutos, vários estudantes também se manifestaram nas redes sociais. Muitos ex-alunos também reclamavam que a empresa ainda não havia entregado as fotos da formatura que aconteceu no ano passado. Até o momento não foi publicado em diário oficial o decreto de falência da empresa. Enquanto isso, os alunos seguem revoltados com a situação sem saber se terão retorno do investimento financeiro.

Revolta
A situação deixou os universitários de vários cursos revoltados. “Há três semanas eles começaram a ligar para quem estava em

Helen, Sharlene e Luciana, que pagaram quase R$ 3 mil, mostram os boletos pagos para a formatura. Foto: João Thomazelli/Folha da Cidade

Helen, Sharlene e Luciana, que pagaram quase R$ 3 mil, mostram os boletos pagos para a formatura. Foto: João Thomazelli/Folha da Cidade

atraso para cobrar. Contratamos tudo com eles, desde a beca para a colação até o bufê. Só na minha turma são 62 alunos, mais outra turma de pedagogia e as turmas dos outros cursos. Muita gente está no prejuízo”, reclama Helen Souza, 24 anos, que se formou em pedagogia.

“Nós confiamos neles. Faltava apenas um boleto para eu pagar. Ficamos frustrados e sinceramente não sei o que vou fazer agora. Fiquei sabendo hoje do que aconteceu, estou no trabalho e nem posso correr atrás disso. Espero que eu consiga recuperar o meu dinheiro, já que a empresa não decretou falência ainda”, disse Raphael Santo, estudante de engenharia de produção.

O estudante de engenharia elétrica, Tayrone Ferreira, também procurou saber dos seus direitos. “Estou me orientando com o advogado. Foi uma surpresa para todos nós quando ficamos sabendo. Vou procurar os meus direitos”.

No comunicado enviado aos formandos, a empresa Rumin Eventos fala que uma instituição de ensino fez com que a empresa tivesse prejuízos. Em nota a Faculdade Pitágoras de Guarapari disse que as cerimônias oficiais de colação de grau são feitas pela instituição e que os demais eventos de formatura, como bailes e viagens, são contratos fechados diretamente pelos estudantes com as empresas. A faculdade lamentou o ocorrido e disse que está à disposição dos alunos para prestar esclarecimentos.

Leia o comunicado enviado aos formandos:

“Com muita tristeza informamos que a Rumin Eventos fecha hoje suas portas. A situação financeira da empresa ficou em sérias dificuldades desde que a maior instituição de Ensino Superior desta cidade [Guarapari] começou a veicular e até mesmo difundir que a Rumin não seria permitida estar presente nas colações de grau da mesma. Tal ato foi praticado até mesmo por alguns funcionários da instituição, que se prestaram ao papel de ir pessoalmente nas salas de aula divulgando essa informação e até mesmo incentivando o não pagamento […] colocamos as contas em dia e a empresa teve crescimento de mais de 30%. Estavamos sendo vitoriosos! Crescendo, apesar das agruras naturais da vida. Mas o sucesso incomodou, cresceu os olhos de pessoas e empresas com alto poder financeiro do país. A dor desse momento é imensurável… trabalhamos com sonhos e nesse momento o nosso sonho vai por água abaixo. O sonho de continuar, de realizar, de cumprir, de executar. Mas, tenham certeza, a dor maior é sem dúvida alguma não conseguir realizar o sonho de vocês. Nesse momento, os sonhos são interrompidos. Contamos primeiramente com a justiça de Deus, mas também confiamos que a Justiça dos homens, através dos meios legais, nos ajude nesse demanda. Nossos sinceros sentimentos”.

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.

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