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Após relatos sobre atendimento bancário em Guarapari, sindicato da categoria se manifesta
Por Aline Couto
Publicado em 4 de abril de 2022 às 16:47
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No dia 29 de março, clientes; incluindo gestantes, adoentados e idosos; que aguardavam atendimento na agência da Caixa Econômica Federal do bairro Muquiçaba, em Guarapari, relataram que ficaram em pé e no sol durante horas na parte de fora da agência bancária. Depoimentos davam conta de pessoas que chegaram à agência às 10h e só conseguiram atendimento por volta das 15h.
Na ocasião, em resposta a demanda do folhaonline.es, a Caixa Econômica Federal informou que o atendimento em suas unidades tem como principais diretrizes o zelo, a presteza e a cordialidade. “O banco permanece realizando ações para evitar filas nas agências. Neste sentindo, o banco ampliou o número de empregados e colaboradores para fortalecer a sua rede de atendimento, em especial, nas agências que concentram o maior número de pagamentos dos benefícios sociais”.
Após a repercussão do caso, o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo – Sindibancários entrou em contato com o Jornal e solicitou a divulgação de uma nota.
Confira na íntegra:
“O Sindicato dos Bancários/ES vem se manifestar sobre a matéria “Clientes esperam por atendimento do lado de fora de agência bancária em Guarapari”, entendendo que cabem algumas reflexões sobre as reais condições de trabalho e atendimento na unidade e que foram omitidas pela direção da Caixa Econômica Federal na nota publicada.
1) A Agência Muquiçaba foi aberta justamente porque a Agência Guarapari não dava mais conta do grande volume de operações e de circulação de clientes. Porém, a unidade Muquiçaba já nasce com déficit de força de trabalho, pois o banco adotou, naquele momento, um modelo de agência com apenas cinco empregados, o que é insuficiente para atender à demanda em Guarapari.
2) A resposta do banco cita que Guarapari recebeu recentemente sete empregados. Esse número não dá conta de resolver a sobrecarga de trabalho que afeta os bancários e bancárias e, por consequência, o atendimento à população.
3) A aglomeração de pessoas na agência é fruto da política estrutural da direção da Caixa, que não prioriza o atendimento presencial, apesar de saber que, por ser o banco federal responsável pelo pagamento de diversos benefícios sociais, tem como clientela uma população que nem sempre tem acesso a tecnologias ou sabe operá-las, caso de muitos idosos, por exemplo
4) Para se ter uma ideia do desmonte do corpo funcional da Caixa, em dezembro de 2014 o banco tinha mais de 101 mil empregados em todo o Brasil. No primeiro trimestre do ano passado eram 84 mil. Ou seja, em pouco mais de seis anos, houve o corte de 17 mil empregados.
5) Portanto, agências com poucos empregados e pressão sobre os que estão na linha de frente do atendimento para cumprir metas de venda de produtos do banco é uma triste realidade com a qual os bancários e bancárias da Caixa lidam diariamente. O resultado são clientes insatisfeitos, bancários estressados e adoecidos, especialmente vítimas de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho.
6) Durante o período mais grave da pandemia, a Caixa havia destacado um vigilante por agência para fazer a triagem de clientes que aguardavam para entrar nas unidades. O banco simplesmente acabou com essa atribuição dada à vigilância. Sobrou para os bancários, já sobrecarregados com suas funções, a responsabilidade de controlar a entrada de clientes para não haver aglomeração na parte interna. Lembramos que uma agência bancária tem a estrutura semelhante a uma caixa fechada, sem possibilidade de ventilação natural, o que é propício para a circulação do coronavírus.
7) Diante do exposto, reafirmamos a solidariedade de bancários e bancárias com os clientes da Caixa. E conclamamos que todos e todas se envolvam na defesa da Caixa 100% pública, com uma gestão que priorize os trabalhadores e a população brasileira. A Caixa é o banco que cumpre um importante papel social junto ao povo brasileiro, viabilizando o acesso bancário e o pagamento de benefícios sociais. Por isso, é nosso interesse defender esse banco.
Sindicato dos Bancários/ES”
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