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Artigo: o marketing digital é a salvação da jovem advocacia?
Publicado em 22 de maio de 2021 às 15:00
Atualizado em 24 de maio de 2021 às 11:27
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*Por Dr. Baltazar Moreira Bittencourt – OAB/ES 26.680
Há uma fervorosa discussão sobre o uso das redes sociais pela advocacia, que está, inclusive, em pauta no Conselho Federal da OAB, especialmente no que tange ao patrocínio de publicações nas redes sociais.
A maioria das seccionais, por meio de seus Tribunais de Ética, entendem que a prática de pagar para que uma publicação atinja um número maior de pessoas, e que não te seguem, se caracteriza como procedimento de mercantilização e atinge público indeterminado, o que não seria permitido no meio da advocacia.
No entanto, em que pese tal interpretação ser válida e estar em consonância com os preceitos das normativas éticas, alguns pontos ainda merecem debate.
Primeiramente, acredito que o conceito de “mercantilização” é subjetivo demais para servir como óbice ao patrocínio de publicações, em evidente prejuízo à segurança jurídica das normas éticas.
Em segundo lugar, o algoritmo das redes sociais faz com que os indivíduos atingidos pelas publicações patrocinadas sejam aqueles que já interagiram ou se interessaram pelo tema na internet, tornando o público determinável.
Na verdade, o que eu acredito ser o grande ponto da questão é saber se tal mecanismo é eficiente ou não para se conquistar, de forma sóbria, bons clientes.
Importante lembrar que, com uma eventual liberação dessa prática, a demanda irá aumentar e os valores podem se tornar inacessíveis para quem está em início de carreira.
Além disso, deve ser considerado que grandes escritórios possuem condições de destinar boas quantias e mão de obra para produção de conteúdo na internet, o que certamente trará um desequilíbrio em detrimento da jovem advocacia.
Acredito, contudo, que o meio digital possui, e sempre possuirá seu espaço, mas é importante que a jovem advocacia foque no trabalho duro e utilize das redes sociais como forma subsidiária de construção de autoridade com a produção de um conteúdo de qualidade. Competência, dedicação e paciência ainda são as melhores técnicas para impulsionar sua carreira.
*Dr. Baltazar Moreira Bittencourt – OAB/ES 26.680, Advogado, Mestrando em Ciências Jurídicas.
As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es