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Atleta de Guarapari supera desafios e sonha com medalha olímpica

Lutador já conquistou este ano medalhas de prata em duas competições

Por Redação Folhaonline.es

Publicado em 21 de julho de 2022 às 17:15

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Roger Leao Wrestling - Atleta de Guarapari supera desafios e sonha com medalha olímpica
Foto: divulgação

O guarapariense Roger Emerson dos Santos, de 17 anos, que conquistou neste ano a medalha de prata no Pan-Americano de Wrestling, conhecido no Brasil como Luta Olímpica, e nos Jogos Sul-americanos da Juventude, ambos voltados para atletas de 15 a 17 anos, na Argentina, sabe que não é fácil alcançar o tão sonhado pódio. Conquistar uma medalha exige muito sacrifício, dedicação, esforço, treino e acima de tudo superação dos próprios limites.

Sem nenhum incentivo financeiro, apenas um auxílio do governo do Estado, o atleta de luta olímpica tem como maiores incentivadores sua mãe, irmã e seu treinador. O jovem, que sonha em dar uma vida digna para a família, continua superando todos os desafios físicos, mentais e sociais através do esporte.

Seu principal objetivo é conquistar vários campeonatos mundiais e pan-americanos, além de representar o Brasil em uma Olimpíada. “Através do esporte pretendo mudar a realidade dos meus irmãos, que querem ser iguais a mim. A minha trajetória não tem sido fácil até aqui, mas com o trabalho do meu técnico e toda minha dedicação, tenho alcançado alguns objetivos, mas que estão muito longe de serem os ideais”, declarou o atleta.

Roger, como muitos jovens brasileiros, encontrou no esporte uma forma de superar as adversidades impostas pela sociedade e pela vida. O atleta iniciou sua história na luta olímpica através de um projeto social oferecido na escola onde estudava. Em 2017, o treinador Vinicius da Silva Abreu, que já treinava duas atletas da mesma escola que Roger, o convidou para fazer parte da equipe após conhecer as habilidades do aluno.

Foto de Roger - Atleta de Guarapari supera desafios e sonha com medalha olímpica
O treinador Vinicius ao lado dos atletas Roger, Emily e Stefany. Foto: Divulgação

Vinicius relembrou a evolução do jovem atleta. “Um mês após o início dos treinos, ele conseguiu classificação e fomos no primeiro ano para Natal participar de um torneio. Ele é um jovem que tem muita garra, muita força e não conseguiu medalhas, mas, na minha concepção, lutou bem. E de lá para cá, consegui conhecer melhor a sua realidade, o lugar onde morava, a situação de vida que era, e ainda é, bastante precária, ainda não conseguimos mudar essa realidade. Por ser um garoto de periferia, faz com ele tenha ainda mais interesse em adquirir as técnicas e habilidades que a luta oferece. Em 2019, ficou em terceiro lugar nos jogos escolares nacionais e foi campeão por equipe junto com outras alunas do projeto.”

O treinador relata ainda que, durante a pandemia, eles ficaram praticamente isolados, chegando a treinar sozinhos. “Quando reabriram as competições, ele deu um salto gigantesco no campeonato brasileiro e ganhou de todo mundo. As pessoas ficaram impressionadas com tanta técnica e habilidade, e desde então, ele nunca mais perdeu no Brasil. No ano passado foi campeão do ranking nacional, ganhando todas as competições que participou. Esse ano veio para seletiva dos jogos sul-americanos da juventude e Pan Americano, ganhando em segundo lugar em ambas as competições”.

Com toda essa trajetória de superação e sem nenhum apoio financeiro, o atleta, que conquistou uma vaga no Campeonato Mundial, não pode participar do evento por falta de recursos. “Não tivemos condições de participar do campeonato que será na próxima semana. Um atleta com um potencial gigantesco ficar de fora de uma competição por motivos financeiros é muito desmotivador. Mas estamos confiantes que um dia chegará a vez dele. Almejamos e estamos trabalhando para que em 2028, nas Olimpíadas, possamos viver outra realidade. O propósito de tudo isso é provocar mudança de comportamento da sociedade através do esporte”, finaliza o treinador.

Roger deixa um recado aos futuros atletas. “Que todos que puderem conheçam e se relacionem com o esporte, não precisa ser luta, pode ser qualquer modalidade, pois isso pode transformar vidas e sonhos em realidade”.  

*Texto: Simone Cerveira

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