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Audiência pública sobre as Castanheiras teve abaixo assinado e muitos questionamentos em Guarapari
Por Aline Couto
Publicado em 16 de março de 2018 às 11:25
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A Câmara de Vereadores de Guarapari foi palco, na noite de ontem (15), de uma reunião pública para tentar unir força junto à população e solicitar o não corte das Castanheiras em projetos iniciados pela prefeitura da cidade. Moradores indignados com os cortes fizeram manifestações na Prainha de Muquiçaba e na Praia do morro, requisitando ver os projetos e que eles sejam revisados para que não haja remoção das árvores.
Por conta desta insatisfação, a Comissão de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca da Câmara Municipal de Guarapari se juntou aos moradores e realizou uma audiência pública a fim de debater o assunto. Estavam presentes os vereadores Marcos Grijó, Denizart Zazá e o presidente da Comissão, vereador, Thiago Paterlini.
Grijó relatou que a Câmara é como uma caixa de ressonância entre a população e o poder executivo. “Fomos interpelados pela Associação de Moradores da Praia do Morro e moradores, além da Associação e moradores da Prainha que pediram para serem ouvidos e para encaminharmos a documentação necessária na tentativa de sensibilizar a administração, já que a própria não ouviu a comunidade”.
O parlamentar continuou, estamos perdendo nossa imagem de Cidade Saúde. É contra a ordem mundial arrancar árvores, temos que plantar e proteger o meio ambiente. 80% das árvores na orla e nas ruas de Guarapari são Castanheiras, vão cortar todas?
O vereador Zazá acredita que tudo gira em torno de planejamento. “É um assunto de utilidade pública, obras e construções futuras precisam ser discutidas com a sociedade. Tem que exigir o que é de direito”.
Um representante do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) esteve no plenário e explicou a espécime das Castanheiras. “Ela é exótica e onde se instala nenhuma outra germina. Ela contribui com a erosão costeira junto à areia da praia. A sombra contribui para a areia criar matéria orgânica que se mistura com a argila da Castanheira e pode causar problemas de saúde com micose e bicho geográfico”.
Antes de começar a audiência, a Presidente da Associação de Moradores da Praia do Morro, Fátima Fonseca, entregou ao presidente da Comissão um abaixo assinado com mais de mil assinaturas. “Nossa luta contra o corte das Castanheiras é grande, o projeto tem que se adequar as árvores, não o contrário. Por isso é importante que as comunidades conheçam os projetos antes de serem implantados”.
“Recebi o pedido dos moradores, um clamor da sociedade, para que não sejam retiradas as árvores. Qual a necessidade de tirá-las de lá? A política é o dialogo, é dar voz a sociedade para ir à direção certa, não podemos esquecer que o poder emana do povo. O poder executivo não ouviu a população”, contou Paterlini.
Segundo o vereador, além da questão das Castanheiras, existem outras perguntas com relação à ordem de serviço do projeto do Centro Cultural e Turístico no Morro da Pescaria. “Queremos entender o objetivo da ordem da casa de cultura. O que vai funcionar? Qual o percentual destinado ao parque e ao conselho de turismo? Porque mudar o Ciac de lugar? E o videomonitoramento, qual custo da remoção? Não recebemos o projeto do prefeito, nem fomos consultados”.
“Essa é a função do parlamento, que, além de fiscalizar também ser uma ponte entre a população e o executivo, um ponto de equilíbrio. Saber que os espaços públicos serão administrados da melhor forma possível”, concluiu Thiago.
O próximo passo é encaminhar oficio ao poder executivo, e aguarda uma resposta. Na próxima quarta-feira (21) às 18h, haverá outra audiência pública na Casa de Leis. “Agora com a convocação das autoridades da prefeitura, já que hoje elas foram convidadas e ninguém compareceu”, acrescentou o presidente.
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