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Bolsa-ricaço
Por Livia Rangel
Publicado em 9 de março de 2015 às 13:27
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Onde sobra indignação, falta vontade política… Essa frase, que rascunhei dias atrás enquanto pensava no assunto da coluna deste mês bem que poderia iniciar todos os textos de todos os articulistas de todos os veículos de comunicação que versam sobre o cenário político brasileiro. É um absurdo atrás do outro e quando pensamos que nada poderia piorar, lá vem outro.
Vamos ao último: o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acabou de fazer um reajuste na cota de gastos dos gabinetes, aumentando seu orçamento e autorizando o pagamento de passagens aéreas para cônjuges de parlamentares – o que vai custar R$150 milhões aos cofres públicos. Recursos que poderiam ir pra saúde e educação vão engordar ainda mais o orçamento dos gabinetes em Brasília.
A compra de passagens aéreas para parentes já havia sido proibida, mas querem mudar as regras novamente. Isto é, no mínimo, um abuso. Os salários dos deputados já são altos o suficiente para que eles possam pagar por casa, viagens e manter uma vida de luxo que muitos brasileiros não têm.
E falando no brasileiro comum, aquele que, muitas vezes não tem acesso nem a uma consulta médica simples ou a vaga em pré-escola para seu filho pequeno, os seus poucos benefícios trabalhistas estão prestes a rarear ainda mais. Um exemplo é o seguro-desemprego. A partir de agora, o trabalhador que solicitar o benefício pela primeira vez, terá de ter trabalhado por 18 meses nos 24 meses anteriores. Na segunda, ele precisará ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores e, a partir da terceira precisará de seis meses para o mesmo período. De acordo com cálculos do governo, a “economia aos cofres públicos” será de 18 bilhões. Nada mal.
Nessa conjuntura existem pessoas que enchem a boca para dizer que “não se deve dar o peixe, é preciso ensinar a pescar”. Mas, olha só a ironia, são justamente eles que estão recebendo salmão com alcaparras na boca, enquanto outros nem dinheiro para o anzol têm.
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