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Cigarro Eletrônico: uma nova batalha a ser vencida!
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 14:30
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*por Dr. Ronald Figueira, CRM-ES 4192
É inquestionável a expressiva queda da prevalência do tabagismo convencional no Brasil nas últimas décadas, entre adultos fumantes. Fruto da implementação de políticas estatais de controle do tabaco, assim como, do importante papel desempenhado pelas sociedades médicas organizadas, em especial, a SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) e a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). Dados oficiais mostram que em 1989, 34,8% de nossa população adulta fumava. Em 2019, 12,65%, caindo para 9,3% atuais.
Entretanto, muito recentemente, nos foi apresentado o Cigarro Eletrônico. Inicialmente, sob a pseudo justificativa da campanha “swap to stop” (“trocar para parar”), ou seja, como uma suposta ferramenta no auxílio à cessação do ato tabágico. Porém, a ciência já comprovou a ineficácia desta estratégia (Kalkhoran & Glantz – The Lancet Respiratory Medicine, vol 4, june, 2016). Todavia, as notícias são preocupantes. A despeito da proibição legal da comercialização, importação, armazenamento, transporte e propaganda destes dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), também conhecidos como Vaper, Pod, E-cigarrete, E-ciggy, Epipe, Heat Hot Burn (tabaco aquecido), o número de usuários no Brasil quadruplicou em quatro anos, segundo o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).
Nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo (dependência), podendo chegar a concentrações até 1000 vezes maiores, comparado ao cigarro convencional. A névoa de aerossol contém partículas ultrafinas que irritam as vias aéreas e aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como glicerina, propilenoglicol, acroleína, formaldeído, acetaldeído e nanopartículas metálicas ¹,². Recentemente descobriram, nas 4 principais marcas internacionalmente conhecidas, quase 2 mil produtos químicos³. O risco de câncer, malformações congênitas e infertilidade é real: tolueno, benzeno, chumbo, níquel, N-nitrosonornicotina (NNN) etc⁴.
Não nos enganemos pelo cheiro (ou a ausência dele) ou pelo sabor. Cigarro Eletrônico é cigarro. Causa dependência e danos à saúde⁵.
Referências
1) Annual Review of Public Health, 2018.
2) Thirion-Romero et al. Rev. Invest. Clin., 2019.
3) Prasse, C et al. Chem. Res. Toxicol, 2021.
4) California’s Proposition 65, 2014.
5) SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. 2024
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